O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, prestou depoimento à Polícia Federal por cerca de duas horas nesta segunda-feira (14/10) no âmbito da investigação sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que bloquearam o trânsito de eleitores durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Na época, Torres era o chefe da PRF, além de outras instituições de segurança.
A oitiva, realizada por videoconferência a pedido de sua defesa, liderada pelo advogado Eumar Novack, começou às 14h. Durante o depoimento, Torres respondeu a todas as perguntas feitas pelos investigadores da PF.
Em agosto, a Polícia Federal indiciou tanto Torres quanto o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, sob suspeita de coordenar ações da PRF que teriam prejudicado o acesso de eleitores, especialmente do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aos locais de votação. A maior parte dessas operações ocorreu na Região Nordeste, onde Lula tinha forte apoio eleitoral.
Anderson Torres e Silvinei Vasques estão sendo investigados por crimes como obstrução ao sufrágio, prevaricação e condescendência criminosa. Ambos negam as acusações.
No dia 30 de outubro de 2022, após várias denúncias de que as operações da PRF estavam dificultando o deslocamento de eleitores, especialmente no Nordeste, o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, solicitou explicações a Silvinei, que alegou se tratar de medidas necessárias para garantir a segurança durante o pleito. Além de Torres e Vasques, outros quatro policiais federais foram indiciados pela PF sob suspeita de violar os direitos políticos dos eleitores através de ações coercitivas.
A pena para esses crimes varia de 3 a 6 anos de reclusão, além de multa e outras penalidades associadas ao uso de violência.
fonte:metrópoles