O apagão que afeta a Grande São Paulo há quatro dias, causado por uma tempestade severa na sexta-feira (11), já resultou em prejuízos estimados em R$ 1,65 bilhão para os setores de comércio e serviços, de acordo com cálculos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP).
Apenas o setor de serviços registrou perdas de R$ 1,1 bilhão, conforme o levantamento. Na manhã de terça-feira (15), cerca de 250 mil imóveis ainda estavam sem eletricidade. De acordo com a Enel, empresa responsável pela distribuição de energia, 220 mil endereços continuavam sem luz até o final da tarde.
A Fecomércio-SP explicou que os valores foram estimados com base na receita perdida pelos estabelecimentos durante o período sem energia. Segundo a entidade, o comércio em São Paulo fatura, em média, R$ 1,1 bilhão por dia nos finais de semana, enquanto o setor de serviços movimenta cerca de R$ 2,3 bilhões.
A organização alerta que as perdas podem aumentar, já que a Enel ainda não forneceu uma previsão clara de quando o serviço será completamente restabelecido.
Desde o início do apagão, a Fecomércio-SP tem buscado apoio junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e à Prefeitura de São Paulo, pressionando a Enel por uma rápida solução. Em comunicado, a entidade afirmou ser inaceitável que uma metrópole como São Paulo enfrente cortes de energia recorrentes e, pior, permaneça tanto tempo sem eletricidade durante crises como esta.
Tragédia e impacto social
Além dos prejuízos econômicos, o temporal que causou o apagão resultou em sete mortes na região, segundo a Defesa Civil. Quatro vítimas foram registradas na Grande São Paulo e três em Bauru, no interior do estado.
A queda de energia também afetou o funcionamento de 150 escolas, sendo que 68 delas permaneceram sem luz até o início da semana. A Secretaria Estadual de Educação anunciou a suspensão das aulas no dia 15 devido ao feriado do Dia do Professor, mas as atividades estavam previstas para serem retomadas na quarta-feira (16), dependendo da normalização da energia.
Críticas e medidas emergenciais
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou duramente a Enel pela falta de previsão de restabelecimento da energia. Ele anunciou uma força-tarefa envolvendo outras concessionárias de energia, como CPFL e EDP, para auxiliar na restauração do serviço. O número de profissionais atuando na recuperação foi ampliado de 1.400 para 2.900, além da mobilização de 200 caminhões e mais de 50 equipamentos.
Silveira criticou a Enel por falhas na comunicação com a população e exigiu que a empresa resolvesse os problemas mais críticos nos três dias seguintes.
A Enel, por sua vez, informou que está utilizando 500 geradores para suprir hospitais e estabelecimentos prioritários e que helicópteros estão sendo empregados para inspecionar as linhas de transmissão e identificar possíveis falhas.
Interrupção no fornecimento de água
A falta de energia também causou problemas no abastecimento de água em diversas cidades da Grande São Paulo, pois as estações elevatórias foram afetadas. Embora grande parte do serviço tenha sido restabelecida, alguns bairros continuam enfrentando dificuldades no abastecimento.
Além disso, a Enel registrou mais de um milhão de chamados relacionados ao apagão, e a população tem enfrentado dificuldades para se comunicar com a empresa. A concessionária orientou os clientes a utilizarem SMS e o aplicativo oficial para reportar a falta de energia.
fonte:epochtimesbrasil