Primeiro foram os pagers e depois os walkie-talkies. O Hezbollah foi atacado por dentro, com uma série de dispositivos utilizados pelos membros do grupo militante a explodirem em dois ataques. As explosões dos pagers na terça-feira fizeram 12 mortos e mais de dois mil feridos. Na quarta-feira, centenas de walkie-talkies explodiram, fazendo, pelo menos, 20 mortos e cerca de 450 feridos.
Especialistas acreditam que os ataques foram premeditados e podem ter sido realizados pela Mossad, agência de Inteligência israelita, visando os membros do grupo que opera no Líbano.
Telavive não comentou o ataque, mas o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, anunciou “uma nova fase da guerra”.
“O centro de gravidade está a deslocar-se para o norte, o que significa que estamos a desviar forças, recursos e energia para o norte, não esquecemos os reféns e não esquecemos as nossas tarefas no sul (Faixa de Gaza), este é o nosso dever e estamos a cumpri-lo ao mesmo tempo”, afirmou.
O receio de uma nova escalada para uma guerra total na região do Médio Oriente tem sido elevado desde que os ataques em solo libanês aconteceram.
O Hezbollah prometeu na terça-feira um “castigo justo” pelas explosões. O chefe do Hezbollah no Líbano, Sayyed Hassan Nasrallah, deverá fazer um discurso esta quinta-feira.
EUA garantem que não tiveram qualquer envolvimento no caso
Os EUA negaram qualquer envolvimento na operação. O porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, John Kirby, afirma que continuam a acreditar numa via diplomática para resolver o conflito na região.
“Acreditamos que um acordo de cessar-fogo e depois uma negociação para libertar os reféns continua a ser o melhor resultado. E vamos continuar a perseguir esse objetivo”, acrescenta.
O Secretário de Estado Antony Blinken afirmou que os EUA ainda estão a avaliar a forma como os ataques no Líbano poderão afetar os esforços das negociações para um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Os atentados com pagers pareciam ter sido uma operação complexa, preparada ao longo de meses, com muitos especialistas a acreditarem que Israel se infiltrou na cadeia de abastecimento e armadilhou centenas de pagers com explosivos antes de estes serem importados para o Líbano. Mas, até à data, poucas provas surgiram.
O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de urgência na sexta-feira para debater os últimos eventos no Líbano.
Fonte: euronews