A Argentina se recusou a assinar a carta final da 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20), realizada em Brasília. O documento, intitulado “Parlamentos por um mundo justo e um planeta sustentável”, foi divulgado na sexta-feira (8), após três dias de discussões.
A carta, que segue as diretrizes do G20, aborda a necessidade de ações coletivas em áreas como economia, meio ambiente e direitos sociais, e propõe uma reforma de governança para combater a fome, a pobreza e a desigualdade, além de promover o desenvolvimento sustentável.
O deputado Jorge Santiago Pauli, líder da delegação argentina e membro do partido La Libertad Avanza, aliado do presidente Javier Milei, explicou a posição do país, destacando a defesa da liberdade individual e da soberania nacional. Ele afirmou em suas redes sociais que a Argentina apoia os esforços do P20 para alcançar consenso, mas reafirma sua discordância com acordos internacionais, como os do Pacto para o Futuro e os compromissos expressos na Agenda 2030.
Pauli também ressaltou que o desenvolvimento econômico deve ser impulsionado pelo “mercado livre”, e não por políticas coletivistas, que, embora bem-intencionadas, historicamente não alcançam os resultados desejados.
Embora o documento tenha contado com o apoio da maioria dos participantes, a Argentina optou por se distanciar, como registrado ao final do texto: “A Argentina se desvincula desta Declaração Conjunta”.
A Cúpula contou com a participação de representantes de diversos países, incluindo África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, Canadá, China, França, Índia, Indonésia, Itália, México, Reino Unido, Coreia do Sul, Rússia, Turquia, União Europeia e União Africana.
Temas abordados no documento:
- Aquecimento Global: A carta solicita esforços para manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C, com foco na equidade e responsabilidades diferenciadas entre os países.
- Pobreza e Desigualdade: Repúdio ao aumento da pobreza extrema e reafirmação do compromisso com a erradicação da pobreza como condição essencial para o desenvolvimento sustentável.
- Mulheres, Gênero e Inclusão: Compromisso com a igualdade de gênero e a eliminação de discriminação e violência contra mulheres e meninas.
- Inteligência Artificial: Reconhecimento do impacto da IA no desenvolvimento econômico e a necessidade de uma abordagem ética e responsável.
- Trabalho e Comércio: Apoio ao fortalecimento do diálogo social e à garantia de trabalho decente e condições de trabalho justas para todos.
fonte:epochtimesbrasil