A gigante farmacêutica AstraZeneca confirmou que as autoridades chinesas detiveram Leon Wang, vice-presidente executivo internacional e presidente da empresa na China. A detenção foi comunicada aos acionistas, e a empresa afirmou não acreditar que o caso esteja vinculado a uma fraude de seguro de saúde amplamente divulgada, embora não tenha mais detalhes sobre a investigação.
O episódio veio à tona uma semana após a AstraZeneca informar que Wang, um dos executivos de mais alto escalão, estava cooperando com uma investigação das autoridades chinesas. Em 30 de outubro, a empresa emitiu um comunicado confirmando sua disposição de colaborar integralmente com as investigações em andamento.
Na terça-feira, o portal estatal chinês Yicai sugeriu que Wang poderia estar envolvido em um esquema de fraude envolvendo a venda do medicamento Tagrisso, usado contra o câncer de pulmão, por meio de seguros de saúde manipulados. A notícia gerou uma queda de mais de 8% nas ações da AstraZeneca.
Em resposta, Aradhana Sarin, diretora financeira da AstraZeneca, e a equipe de relações com investidores reuniram-se com analistas para conter preocupações e minimizar o impacto negativo no mercado. A empresa enfatizou que nenhum executivo atual ou anterior de alto escalão está diretamente envolvido no caso de fraude.
Além desse caso, há outra investigação relacionada à suposta importação irregular de medicamentos oncológicos e à coleta inadequada de dados de pacientes na China, na qual dois executivos e dois ex-executivos estão sendo investigados. No entanto, a AstraZeneca relatou que ainda não tem informações detalhadas sobre o caso.
A AstraZeneca, uma das maiores farmacêuticas do mundo, investe fortemente na China, seu terceiro maior mercado. No primeiro semestre de 2024, as vendas no país representaram 13% de suas receitas globais. Mike Lai, gerente geral da AstraZeneca na China, continua liderando as operações, que, segundo a empresa, seguem normalmente.
Na terça-feira, a AstraZeneca reiterou que, como política, não comenta especulações da mídia sobre investigações em andamento. Paralelamente, analistas do Barclays interpretaram a venda de ações como exagerada, destacando uma oportunidade de compra antes de 2025, ano em que são esperados dados clínicos cruciais.
Esse incidente ocorre em meio a uma série de prisões de funcionários de empresas estrangeiras na China. Recentemente, a japonesa Astellas Pharma relatou que um de seus colaboradores foi indiciado por suspeita de espionagem, enquanto a empresa americana Mintz Group recebeu uma multa após uma operação policial em seu escritório de Pequim.
Nos últimos anos, o governo chinês aumentou o controle sobre a saída de informações, o que intensifica o clima de incerteza para investidores estrangeiros no país.
fonte:epochtimesbrasil