O governo australiano anunciou, na quarta-feira (25), que solicitou esclarecimentos à China após o lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM) no Oceano Pacífico, um teste que pegou muitos de surpresa. Este é o primeiro teste desse tipo divulgado pela China em 44 anos.
“A Austrália está alarmada com quaisquer ações que possam desestabilizar a região e aumentar o risco de erros de cálculo, e estamos consultando nossos parceiros regionais sobre este incidente”, informou o Departamento de Relações Exteriores australiano em um comunicado enviado à Agência EFE.
O texto ressalta que o lançamento ocorre em meio à rápida expansão militar da China, que se desenrola sem a transparência e as garantias que a região espera das potências globais.
O míssil, lançado pelo Exército de Libertação Popular (ELP) da China, transportava uma ogiva explosiva e caiu na área previamente designada, de acordo com o Ministério da Defesa chinês, que não utilizou termos nucleares em seu comunicado oficial.
Segundo a nota da China, o evento foi parte de uma “ação rotineira no plano anual de treinamento e foi notificado com antecedência aos países pertinentes”.
Este lançamento, o primeiro desse tipo divulgado em mais de quatro décadas, ocorreu às 8h44 (horário local, 21h44 de terça-feira em Brasília). O ELP tinha como objetivos testar a eficácia de suas armas e a qualidade do seu treinamento militar, metas que foram alcançadas, conforme o Ministério da Defesa.
O comunicado não detalhou a trajetória do míssil nem o local exato no Pacífico onde ele caiu.
A última vez que a China tornou público um teste semelhante foi em 1980, quando um DF-5 foi lançado do centro de Jiuquan, no norte do país, percorrendo mais de 9.000 quilômetros sobre o Pacífico Sul.
A falta de transparência do programa nuclear chinês gerou críticas por parte dos Estados Unidos e de outras nações. Os EUA estimam que a China possui mais de 500 ogivas nucleares operacionais e que esse número pode dobrar até 2030.
Após o lançamento, o governo japonês expressou “séria preocupação” com o aumento das atividades militares da China. O porta-voz do Executivo japonês, Yoshimasa Hayashi, afirmou que Tóquio “não foi avisada previamente sobre o lançamento por Pequim” e confirmou que o projétil não sobrevoou o território japonês antes de cair no Pacífico.
“A China está expandindo rapidamente suas capacidades nucleares, incluindo mísseis ICBM, além de aumentar continuamente seus gastos com defesa, sem oferecer a transparência necessária a respeito”, criticou o porta-voz em coletiva de imprensa.
O lançamento também ocorre em um contexto de crescente tensão com Taiwan, especialmente após a ascensão ao poder do novo presidente, William Lai (Lai Ching-te), que é visto por Pequim como um “agitador” com intenções separatistas.
fonte:epochtimesbrasil