Em um comunicado conjunto, os governos do Brasil, Colômbia e México exigiram a divulgação dos resultados das eleições presidenciais na Venezuela.
Os três países pedem que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) divulgue os dados “desagregados por mesa de votação”. Até o momento, o CNE não disponibilizou publicamente as informações de cada uma das mais de 30 mil mesas de votação, conforme exigido pela legislação venezuelana.
Além disso, os países solicitaram que as autoridades lidem com “cautela e moderação” com as manifestações ocorridas no país desde o término das eleições.
“O comunicado reafirma a importância da verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular. Também reforça o apelo para que os atores políticos e sociais do país exerçam a máxima cautela e moderação em manifestações e eventos públicos, e para que as forças de segurança assegurem o pleno exercício dos direitos democráticos dentro dos limites da lei. O respeito aos Direitos Humanos deve prevalecer em todas as circunstâncias”, afirma a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Os governos também informaram que continuarão a dialogar para que a Venezuela encontre soluções para a situação atual. “Nesse sentido, reiteram seu apoio aos esforços de diálogo e entendimento que promovam a estabilidade política e a democracia no país.”
Impasses
Como o CNE não divulgou os dados de votação, a oposição venezuelana criou um site com as supostas atas eleitorais em sua posse, alegando que os documentos representam mais de 80% do total das mesas.
Na Venezuela, ao final da votação, a urna imprime uma ata eleitoral distribuída a todos os fiscais de partidos presentes no local. Esses documentos são utilizados para verificar se os dados utilizados pelo CNE para a totalização dos votos correspondem aos resultados originais das urnas.
Embora o CNE não tenha fornecido os dados detalhados por mesa aos partidos, ele entregou as supostas atas originais ao Tribunal Superior de Justiça (TSJ) do país, que iniciou uma investigação sobre o processo eleitoral de 28 de julho.
O principal candidato opositor, Edmundo González, não compareceu ao TSJ, alegando que a perícia do Tribunal usurpa as competências do CNE. Representantes dos partidos que apoiam González compareceram, mas não entregaram as atas, alegando que os documentos já estão publicados no site.
O presidente Nicolás Maduro declarou que seu partido entregará 100% das atas hoje, sexta-feira (9).
fonte:agenciabrasil