O assessor especial para Assuntos Internacionais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, declarou nesta sexta-feira (20) que o Brasil continuará suas relações com a Venezuela, embora seja improvável que o presidente Lula participe da eventual posse de Nicolás Maduro.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Amorim destacou que as relações entre os dois países serão preservadas, mesmo diante das tensões geradas pela recente eleição venezuelana, que foi marcada por denúncias de fraude.
Em julho, Nicolás Maduro foi anunciado como vencedor das eleições presidenciais na Venezuela pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é amplamente alinhado ao chavismo. De acordo com os dados oficiais, o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, ficou em segundo lugar, recebendo 44,2% dos votos.
Urrutia, que liderava as pesquisas antes da votação, contestou os resultados. Diversas nações ocidentais, incluindo os Estados Unidos, se negaram a reconhecer a legitimidade do pleito.
Além disso, organizações internacionais relataram várias irregularidades no processo eleitoral, levantando suspeitas de fraudes.
Amorim defendeu que o Brasil mantenha relações com o governo venezuelano, afirmando: “O Brasil não vai romper relações com a Venezuela. A relação é com o Estado. Nem romperíamos se fosse uma figura de direita. Vamos trabalhar no que pudermos”.
Ele também explicou os limites da atuação brasileira, ressaltando que, embora o país tenha sugerido alternativas, como novas eleições, tanto o regime de Maduro quanto a oposição não demonstraram interesse nas propostas.
“Temos um limite do que podemos fazer sem interferir… Vamos continuar trabalhando de forma democrática no que for viável”, acrescentou.
Sobre a possível presença de Lula na posse de Maduro, Amorim se mostrou cético. “Não vou especular sobre isso. Se você me perguntar agora, não vejo isso acontecendo”, afirmou.
Entretanto, ele não descartou totalmente a possibilidade, reconhecendo que o cenário poderia mudar nos próximos meses, dependendo de um eventual acordo político na Venezuela.
“Daqui a quatro meses, não sei o que poderá acontecer, se haverá [um acordo]. O Brasil ainda apoia uma solução baseada no acordo de Barbados. Agora, quando isso puder se concretizar…”, finalizou.
fonte:epochtimesbrasil