A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, referiu-se às violências nas eleições como “cenas abjetas e criminosas”. Durante uma sessão na noite de terça-feira (24/9), ela destacou a preocupação com os conflitos entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, que incluem agressões físicas, ofensas e a disseminação de fake news. Sem mencionar nomes, Cármen afirmou: “Política não é violência, mas sim a superação dela. A violência no ambiente político desrespeita não apenas a vítima, mas ofende toda a sociedade e a democracia.”
Ela anunciou que enviará ofícios à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e aos presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais, pedindo agilidade e prioridade nas investigações sobre atos criminosos que ferem o Direito Eleitoral e a cidadania. “Solicito investigações sobre a violência de diversas formas que se repetem no atual processo eleitoral, ofendendo até mesmo a nobre atividade política”, enfatizou.
Cármen Lúcia ressaltou a responsabilidade dos candidatos em utilizar adequadamente os recursos financeiros obtidos do povo. “Os partidos são instrumentos para uma representação eleitoral legítima. Não podem se associar a comportamentos inadequados que desrespeitam os princípios básicos da convivência democrática. A democracia exige respeito, e a confiança se baseia na compostura e modos civilizados”, completou.
Em relação às agressões físicas, a presidente do TSE enfatizou que ações violentas, especialmente contra mulheres, não serão toleradas. “Atos de violência e ataques no contexto eleitoral, que refletem um alarmante retrocesso civilizatório, serão rigorosamente combatidos pela Justiça Eleitoral”, afirmou. “Todas as condutas violentas que constituam infrações eleitorais ou crimes serão investigadas e seus responsáveis processados com urgência.”
O debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado no dia 23/9, resultou em mais um episódio de confusão. O candidato do PRTB, Pablo Marçal, foi expulso a poucos segundos do final, após agredir verbalmente o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Apesar de o mediador, Carlos Tramontina, ter advertido os participantes, Marçal desrespeitou as regras e foi cortado do debate.
Embora o debate tenha contado com mais discussões propostas e menos ataques pessoais, a tensão entre os candidatos se manifestou em desentendimentos nos bastidores. A última pesquisa Datafolha indicou que Nunes possui 27% das intenções de voto, empatando tecnicamente com Guilherme Boulos, que obteve 26%.
fonte:metrópoles