As ilhas periféricas de Taiwan estão sob crescente ameaça do Partido Comunista Chinês (PCCh), com especialistas divididos sobre como defendê-las. Os habitantes de Kinmen, uma ilha taiwanesa a 6 km da China continental, ainda lembram do passado, quando o PCCh não conseguiu eliminar a oposição durante a guerra civil e os residentes se refugiaram em Taiwan.
Recentemente, em 23 de agosto, o presidente taiwanês Lai Ching-te afirmou que Taiwan não se submeterá ao PCCh, destacando o compromisso do país com a democracia e os direitos humanos. Enquanto isso, o PCCh realiza manobras militares ao redor de Kinmen, evidenciando a tentativa de desestabilizar a região.
Kinmen, situada a mais de 160 km da ilha principal de Taiwan, enfrenta um risco crescente com o aumento do número de embarcações chinesas em suas águas. A Guarda Costeira de Taiwan relatou a expulsão de 835 embarcações chinesas nos primeiros seis meses do ano. A situação levou o ministro da Defesa de Taiwan, Wellington Koo, a alertar sobre a tentativa da China de controlar as águas ao redor de Kinmen.
Li Xiaobing, professor de história, observa que Xi Jinping pode estar aprendendo com as estratégias passadas e tentar tomar ilhas periféricas uma a uma, em vez de iniciar uma guerra em larga escala. A estratégia é evitar a intervenção estrangeira através de vitórias rápidas.
O PCCh considera Taiwan parte de seu território e Xi Jinping busca a unificação até 2027. No entanto, a marinha chinesa pode enfrentar desafios significativos para conquistar Taiwan, e Xi teve que lidar com crises internas no exército.
O think tank Center for a New American Security sugeriu que transformar Kinmen em uma fortaleza armada poderia desencorajar a China. Um relatório recente conclui que o PCCh poderia tentar minar a soberania de Taiwan sobre Kinmen por meio de coerção, sem chegar a uma guerra aberta.
Paul Crespo, do Center for American Defense Studies, acredita que a estratégia do PCCh visa expandir sua influência através de táticas de coerção, em vez de uma invasão direta. Essas táticas podem incluir a aplicação da lei e o assédio de embarcações taiwanesas.
Russell Hsiao, do Global Taiwan Institute, sugere que o PCCh pode aumentar suas operações de influência para atrair Kinmen para sua esfera de controle, já que qualquer ação militar aberta contra a ilha seria menos provável devido à sua integração econômica com o continente.
A situação em Kinmen reflete a necessidade de Taiwan e seus aliados de se prepararem contra uma estratégia de “zona cinza” que mistura coerção política e militar. As lições da defesa ucraniana contra a Rússia podem oferecer insights sobre como enfrentar essa ameaça.
fonte:epochtimesbrasil