O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, concluiu sua visita a Pequim com uma reunião de alto nível com o líder do Partido Comunista Chinês (PCCh), Xi Jinping, no terceiro e último dia de sua viagem. Este encontro ocorre oito anos após a última visita de um conselheiro de segurança nacional dos EUA à China. Sullivan também conversou com um alto oficial militar chinês no mesmo dia.
O objetivo da visita de Sullivan foi continuar os esforços do presidente Joe Biden para manter um canal de comunicação aberto e gerenciar o relacionamento bilateral entre as duas nações. A Casa Branca confirmou que Sullivan e Xi discutiram uma série de questões importantes, incluindo Taiwan, o Mar do Sul da China e a guerra da Rússia na Ucrânia.
Durante a reunião de 29 de agosto, os líderes abordaram também a implementação de compromissos conjuntos, como a luta contra o narcotráfico, as comunicações militares e a segurança envolvendo a inteligência artificial. Esses compromissos foram estabelecidos anteriormente por Biden e Xi durante um encontro no Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em São Francisco, em novembro de 2023.
Xi Jinping afirmou que a China continuará a lidar com seu relacionamento com os EUA com base na “cooperação mútua”, enquanto defende firmemente sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento. No entanto, Feng Chongyi, professor de estudos chineses na Universidade de Tecnologia de Sydney, criticou a retórica de Xi como uma tentativa de propaganda, visando mostrar força tanto para o público interno quanto para a comunidade internacional.
Alguns analistas externos, como Chen Ping-kui, da Universidade Nacional Chengchi de Taiwan, interpretaram o encontro como um sinal positivo, sugerindo que líderes dos EUA e da China estão dispostos a se comunicar. Chen ressaltou a necessidade de ver se os dois países conseguem chegar a um consenso sobre questões cruciais como Taiwan e o Mar do Sul da China.
Su Tzu-yun, analista do Instituto de Pesquisa Nacional de Defesa e Segurança de Taiwan, destacou que a reunião entre Sullivan e Xi pode ter ajudado a controlar a possibilidade de um conflito aberto entre Pequim e Washington. Su também sugeriu que Xi pode estar otimista quanto às chances do Partido Democrata nas próximas eleições dos EUA.
Após a reunião, Sullivan afirmou que não discutiu as eleições dos EUA com Xi, mas enviou uma mensagem clara de que qualquer tentativa de interferência eleitoral seria inaceitável. Ele expressou preocupações sobre a possibilidade de nações rivais, especialmente a China, tentarem influenciar as eleições dos EUA através de desinformação e outras operações de influência online.
A Casa Branca confirmou que está trabalhando para organizar uma próxima conversa entre os presidentes Biden e Xi, possivelmente durante o Fórum APEC ou a cúpula do G20, que ocorrerá em novembro deste ano. Sullivan também anunciou que os dois lados concordaram em organizar uma chamada entre os chefes do Comando Indo-Pacífico dos EUA e o Comando do Teatro Sul da China para fortalecer a comunicação militar.
Enquanto isso, o Ministério da Defesa de Taiwan relatou a presença de aeronaves e navios militares chineses perto da ilha, e as Filipinas continuam a protestar contra as ações da China em suas zonas econômicas exclusivas. Sullivan reafirmou o compromisso dos EUA com o Estado de Direito, a liberdade de navegação e os direitos marítimos no Mar do Sul da China.
fonte:epochtimesbrasil