A construção civil tem consolidado, cada vez mais, o seu protagonismo no ramo da indústria no Distrito Federal. Segundo dados socioeconômicos divulgados pela Federação das Indústrias do DF (Fibra), em junho de 2024, o setor teve participação de 51,3% no Produto Interno Bruto (PIB) da indústria do DF. O bom momento se reflete na possibilidade de criação de mais empregos e geração de renda, aquecendo a economia da capital.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostra que, entre junho de 2022 e junho de 2024, a quantidade de postos de trabalho na área subiu de 69.547 para 79.788 (veja gráfico), cravando um aumento de 14,7%.
A comercialização de imóveis novos disparou no mês de maio deste ano, mostrando o aquecimento da demanda por moradia no DF. Pesquisa Índice de Velocidade de Vendas (IVV) registrou a venda de 879 imóveis residenciais, mais que o dobro no mesmo período de 2023 (424 unidades). O desempenho do setor levou o IVV à marca de 12,7% — mais alto índice da série histórica iniciada em 2015.
O vice-presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi), Celestino Fracon Júnior, explica que, quando o setor imobiliário está em um bom momento, mais empreendimentos são lançados. “Somos um dos grandes geradores de empregos do DF. Sempre que lançamos um novo empreendimento, geramos postos de trabalho fixos por pelo menos três anos, que é o tempo de construção de um prédio”, relata. “Depois da entrega dos empreendimentos, geramos bastante emprego indireto também, como prestadores de serviços especializados. A gente ainda movimenta a economia com venda de móveis, decoração etc. É um ciclo virtuoso”, acrescenta.
Além do setor privado, o governo do Distrito Federal (GDF) mobiliza muita mão de obra da construção civil para trabalhar em grandes projetos como o Corredor Eixo Oeste e de infraestrutura urbana.
Estudo feito pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em 2020 mostra que, para cada R$ 1 aplicado em um empreendimento residencial médio ou alto, é retornado para a economia cerca de 30% desse valor com reforma, decoração, iluminação etc. No caso de imóveis de menor padrão, a porcentagem é de cerca de 20%.
Diretor-superintendente da Construtora Conbral, Paulo Muniz conta que houve um grande número de obras concluídas do ano passado para cá. “Enfrentamos um momento de aquecimento e muita oferta, mas, graças a Deus, estamos conseguindo contratar. Apesar de o ciclo de conclusão da obra ser de três anos, nós temos muito rodízio de mão de obra entre uma construção e outra”, destaca.
Titular da Diretoria de Políticas e Relações Trabalhistas do Sindicato da Indústria e da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) e vice-presidente da entidade, José Antonio Bueno Magalhães Júnior afirma ainda que, além de estar focado no aumento de postos de trabalho, o setor também está preocupado em treinar os trabalhadores. “Além de contratar, queremos qualificar os nossos funcionários. Um trabalhador qualificado é mais motivado e a produção é maior. Queremos melhorar a qualidade dos trabalhadores da construção civil”, declara.
José Antonio chama atenção para a necessidade de combater a informalidade no setor.
“Só vamos melhorar a qualidade dos empregados quando diminuir a informalidade. O mercado informal traz insegurança jurídica e ao trabalhador. É preciso ter uma visão mais holística por parte das empresas da construção civil”,
Ressalta José Antonio
Fonte: correiobraziliense