A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta sexta-feira (27) que a bandeira tarifária de energia elétrica em outubro será vermelha patamar 2, em meio à seca histórica que o país enfrenta. Isso quer dizer que haverá aumento de R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Neste mês, a tarifa está vermelha patamar 1. A cobrança extra será para os consumidores ligados ao SIN (Sistema Interligado Nacional) — apenas Roraima não faz parte do SIN.
Segundo o governo federal, foi preciso aumentar a tarifa devido às previsões de baixa nos reservatórios das hidrelétricas e de crescimento do preço do mercado de energia elétrica ao longo do mês de outubro. A ideia do conjunto de tarifas é indicar aos consumidores a necessidade de redução no gasto para diminuir os custos de operação do sistema.
Em setembro, a Aneel chegou a anunciar que a bandeira seria vermelha patamar 2 para o mês, mas depois reviu a medida. Com isso, o aumento de outubro será a primeira bandeira vermelha patamar 2 em três anos. Essa tarifa extra é ativada sempre que há risco hidrológico, ou seja, quando os reservatórios de água do país estão abaixo dos limites esperados.
A última vez que a bandeira vermelha 2 havia sido acionada para valer foi em agosto de 2021. Desde então, houve sequência de bandeiras verdes, interrompida em julho deste ano por uma tarifa amarela. Em agosto, as bandeiras voltaram à faixa verde. Na bandeira vermelha patamar 1, são cobrados R$ 4,463 para cada 100 quilowatt-hora consumidos.
Na semana passada, o diretor-geral da Aneel, Sandoval de Araujo Feitosa, afirmou que a bandeira tarifária de energia elétrica tende a se manter vermelha ou amarela até o fim do ano. “A estimativa não fizemos ainda, mas há grande tendência de que [a bandeira] permaneça entre amarela e vermelha até o final do ano”, disse o diretor.Segundo a agência, o cenário de escassez das chuvas e altas temperaturas faz com que as termelétricas passem a operar mais. Criado em 2015, as bandeiras tarifárias indicam os custos da geração de energia no país. O indicador considera fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, avanço das fontes renováveis e o acionamento de fontes de geração mais caras, como as termelétricas.
Fonte: R7