O foco principal do encontro é encontrar soluções globais para enfrentar surtos e pandemias de forma mais rápida e equitativa para todos os países.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância de integrar e incluir as tecnologias nos sistemas de saúde. “As tecnologias devem ser vistas como parte integrante dos sistemas de saúde, e não como um bem separado. No Brasil, temos um pilar fundamental, que é a grande inovação representada pelo SUS. Muitos países não possuem sistemas universais, mas, com base em nossa experiência, fortalecer o sistema é essencial. É crucial também abordar as diferentes desigualdades para que os benefícios da ciência e tecnologia alcancem todos por meio de políticas eficazes.”
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, ressaltou que a cúpula representa uma oportunidade valiosa para troca de conhecimentos e para implementar ações concretas que melhorem a preparação e a resposta a pandemias. Moreira observou que o exemplo do Brasil demonstrou que ações focadas na informação podem reduzir significativamente os impactos negativos de uma pandemia, como evidenciado na resposta à covid-19.
“Foi possível escalar rapidamente a produção de vacinas e diagnósticos, estabelecendo vários canais de comunicação com a sociedade. Esses canais foram pedagógicos e ajudaram a orientar as ações das autoridades sanitárias locais, além de treinar profissionais da América Latina e do Brasil em diagnóstico, manejo clínico e condução da covid-19. O objetivo agora é expandir globalmente o que o Brasil fez no enfrentamento da pandemia”, afirmou Moreira.
Ele também falou sobre o papel da Fiocruz na Rede da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias, que visa apoiar a fabricação de vacinas e outras respostas para futuras pandemias e ameaças infecciosas. “A ideia é que parte da produção de Biomanguinhos seja destinada a esse esforço global. Após atender à demanda do Sistema Único de Saúde, nosso excedente será utilizado para contribuir com um mundo mais equilibrado no acesso às vacinas.”
A cúpula aborda temas como o estado da preparação e resposta global para pandemias, avanços e oportunidades na vigilância epidemiológica, acesso equitativo a produtos e tecnologias de saúde, e modelos de financiamento. Os participantes também discutem o fortalecimento da capacidade de produção local e regional, bem como o avanço da missão 100 Dias para Vacinas – Diagnósticos e Terapias para Responder a uma Nova Ameaça Viral. Esse prazo é aproximadamente um terço do tempo necessário para desenvolver uma vacina contra a covid-19, e visa conter a próxima pandemia em seu início.
Entre os palestrantes da Cúpula Global estão representantes da Organização Mundial da Saúde, da Organização Pan-Americana da Saúde e do Governo Federal.
Fonte:agenciabrasil