O Brasil está vivenciando uma das piores secas das últimas décadas, com 16 estados e o Distrito Federal enfrentando a mais severa estiagem dos últimos 44 anos. Entre os estados mais afetados estão Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a seca, que começou a se agravar em meados de 2023, se espalhou por mais da metade do território nacional, impactando diretamente a vida de milhões de brasileiros.
Seca como Consequência do El Niño
A atual crise hídrica teve início em junho de 2023, com a chegada do fenômeno El Niño, que alterou drasticamente os padrões climáticos no Brasil. O El Niño causou alterações nos ciclos de precipitação, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde a seca se mostrou mais intensa. Esperava-se que as chuvas retornassem com força em outubro de 2023, oferecendo alívio às áreas afetadas, mas isso não aconteceu. Bloqueios atmosféricos impediram a chegada de frentes frias, mantendo a maior parte do país sob condições secas. Embora o Rio Grande do Sul tenha registrado chuvas acima da média, a maioria das outras regiões enfrentou um déficit hídrico significativo. A situação foi exacerbada pelo aquecimento do Atlântico Tropical Norte, que prolongou a estiagem mesmo após o fim do El Niño no início de 2024.
“Ainda que estejamos na estação seca, a situação é ainda mais crítica do que o normal”, afirma Ana Paula Cunha, especialista em secas e pesquisadora do Cemaden.
fonte:metrópoles