A quantidade de pets abrigados ainda é alta, com a plataforma online do governo do estado registrando mais de 8.390 animais em abrigos nesta quinta-feira (25/7). Desse total, 7.282 são cães e mais de 1.000 são gatos.
Após a comoção inicial com a tragédia, a situação agora é de reestruturação, mas a necessidade de uma solução urgente para os animais persiste. Protetores e ativistas que ajudaram nos resgates das cidades afetadas relatam uma drástica redução nas adoções e um aumento considerável no número de cães e gatos abandonados.
Ana Paula Schmitt, da ONG Pata Santa em São Leopoldo, está enfrentando uma situação crítica. Com 20 anos de experiência, ela viu sua quantidade de animais abrigados saltar de 70 para 170 após a enchente. Ana e sua equipe trabalharam incansavelmente durante dois meses, muitas vezes em áreas de difícil acesso e com a necessidade de negociar com facções criminosas para realizar os resgates. Eles conseguiram salvar cerca de 1.800 animais em São Leopoldo, enfrentando uma quantidade enorme de pets, incluindo cães, gatos, cavalos e até porcos.
Atualmente, Ana Paula cuida de 50 cães adultos, 34 filhotes e 40 gatos, além dos mais de 70 cachorros que já estavam sob sua tutela antes da enchente. Há também uma fila de espera de mais de 20 animais que permanecem abandonados nas ruas, não sendo recolhidos pelo canil municipal.
O desafio é ainda maior com a falta de interesse por adoção de animais com características menos populares, como cães pretos, caramelos ou mais velhos. Muitos dos animais nos abrigos enfrentam preconceito e estigmas, dificultando sua adoção.
Como solução temporária, alguns animais estão sendo enviados para feiras de adoção em outros estados. Embora o governo do Rio Grande do Sul tenha considerado a criação de um benefício financeiro para incentivar a adoção, a proposta foi rejeitada pelos abrigos e protetores. Eles temem que isso não garanta adoções responsáveis ou que o dinheiro seja usado para a recuperação dos animais.
Neste momento crítico, a ajuda e o envolvimento da comunidade permanecem essenciais para enfrentar a crise e garantir um futuro melhor para os animais afetados.
fonte:metrópoles