O governo Lula (PT) considera como uma das possibilidades a não divulgação pública das atas eleitorais da eleição presidencial na Venezuela. Diplomatas brasileiros estão atentos aos desdobramentos da crise no país vizinho e já articulam uma resposta caso o presidente reeleito, Nicolás Maduro, decida manter os comprovantes de sua reeleição em sigilo.
Embora a decisão final dependa do presidente Lula, integrantes do Itamaraty já se preparam para uma possível contestação por parte da oposição venezuelana, que já autoproclamou Edmundo González como presidente eleito.
Se Maduro não divulgar claramente os resultados, o governo Lula deve intensificar o diálogo com o regime chavista para amenizar as reações contra as manifestações contrárias ao presidente, que já resultaram em 24 mortes, segundo a Human Rights Watch.
No entanto, a ideia desses diplomatas é que não seja reconhecido o resultado venezuelano até que as atas sejam públicas.
O governo brasileiro continuará a cooperar com Colômbia e México para exigir transparência no pleito, conforme prometido por Maduro: um processo limpo.
A avaliação interna entre membros da gestão Lula é que a questão venezuelana não afetará significativamente a popularidade de Lula no curto e médio prazo. A maior preocupação é que a falta de crítica ao governo Maduro possa influenciar negativamente a campanha nas eleições presidenciais de 2026, quando Lula deverá buscar a reeleição.
Fonte: metropoles