O Departamento de Estado dos EUA deu luz verde ao pedido de Taiwan para adquirir até US$ 228 milhões em peças de equipamentos militares e serviços correlatos, conforme anunciou o Pentágono em 16 de setembro.
Essa proposta de venda pode contribuir para a manutenção das capacidades de defesa de Taiwan, além de promover a “estabilidade política, o equilíbrio militar e o progresso econômico na região” e atender aos “interesses nacionais, econômicos e de segurança dos EUA”, conforme declarado pela Agência de Cooperação em Segurança de Defesa (DSCA).
A DSCA informou que notificou o Congresso sobre a potencial venda em 16 de setembro.
Embora os Estados Unidos não mantenham um relacionamento formal com Taiwan, são o principal fornecedor de armamentos para a ilha autogovernada, permitindo que ela mantenha uma dissuasão eficaz contra um possível conflito com a China continental, sob regime comunista.
Segundo a DSCA, a proposta mais recente envolve o reparo, devolução e envio de peças de reposição, tanto classificadas quanto não classificadas, para aeronaves e equipamentos relacionados, além de serviços de engenharia e apoio logístico do governo dos EUA e empresas contratadas.
Os equipamentos serão provenientes do estoque do governo americano, e o valor final da remessa deverá ser inferior à estimativa inicial de US$ 228 milhões.
A DSCA afirmou que Taiwan não enfrentará dificuldades para integrar o equipamento em suas forças armadas, e que a venda proposta ajudará a ilha a manter uma “capacidade defensiva confiável”, preservando o equilíbrio militar na região.
Além disso, a agência garantiu que a transação não prejudicará a prontidão defensiva dos EUA.
Em uma declaração emitida em 17 de setembro, o Ministério da Defesa Nacional (MND) de Taiwan mencionou que o acordo poderia ser implementado já no próximo mês.
O MND expressou gratidão aos Estados Unidos e afirmou que a venda será fundamental para a manutenção das aeronaves militares de Taiwan.
“As incursões frequentes do Partido Comunista Chinês na zona cinzenta têm reduzido nosso espaço para treinamento e tempo de resposta em áreas marítimas e aéreas”, afirmou o MND, enfatizando que o apoio dos EUA na preservação das capacidades de autodefesa em Taiwan é “essencial para a estabilidade regional”.
Taiwan é um dos principais produtores de semicondutores avançados no mundo e faz parte de uma estratégia marítima dos EUA para conter tanto a Rússia quanto a China.
Nos últimos anos, Pequim elevou substancialmente seus gastos militares e intensificou suas atividades no Mar do Sul da China e no Estreito de Taiwan, gerando preocupações sobre possíveis tentativas de alterar o status quo por meio de ações militares.
Em uma postagem de blog de 16 de setembro, o secretário da Força Aérea, Frank Kendall, declarou que os vizinhos da China estão cada vez mais alarmados com as crescentes capacidades e intenções do regime, que incluem exercícios militares mais extensos e sofisticados, voltados para uma possível invasão e bloqueio de Taiwan.
O secretário afirmou não prever uma guerra “iminente ou inevitável” na região, mas destacou que os EUA “devem estar preparados” para evitar conflitos.
Além disso, em junho, os Estados Unidos utilizaram pela primeira vez a Presidential Drawdown Authority — uma autorização presidencial para doações militares rápidas, similar à usada para a Ucrânia — liberando US$ 345 milhões em ajuda militar a Taiwan, além de diversas vendas regulares de peças de F-16, drones e outros equipamentos.
Embora o governo tenha assegurado que o apoio a Ucrânia e Israel não desviou a atenção do Indo-Pacífico, há preocupações de que as guerras na Europa e no Oriente Médio possam ter atrasado a velocidade das vendas de armas dos EUA para Taiwan, que totalizavam US$ 20,5 bilhões até o final de julho, segundo estimativas do Cato Institute.
fonte:epochtimebrasil