Na última quarta-feira (14), um grupo de 32 ex-chefes de Estado expressou sua desaprovação em relação aos governos do Brasil, Colômbia e México por se alinharem com a intenção do ditador Nicolás Maduro de “manter-se no poder”. Eles consideram essa atitude “escandalosa” e um “verdadeiro atentado aos princípios democráticos interamericanos”.
Os ex-mandatários, que integram a Iniciativa Democrática de Espanha e das Américas (IDEA), alertaram que Maduro está planejando novas eleições, uma ação que “desconsideraria a vontade popular já claramente manifestada” nas urnas em 28 de julho. Segundo a IDEA, essa ação ignoraria a “derrota incontestável da ditadura de Maduro”, como confirmado pelos relatórios técnicos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Centro Carter.
Além disso, o grupo mencionou um relatório de um painel de especialistas da ONU que afirma que os documentos da oposição “mantêm todos os dispositivos de segurança dos protocolos originais dos resultados” eleitorais. O anúncio do resultado pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), que declarou Maduro vencedor “sem a divulgação dos resultados tabulados aos candidatos”, é considerado sem precedentes em eleições democráticas contemporâneas.
Os ex-chefes de governo afirmam que a ONU e a OEA concluíram que a administração da justiça na Venezuela “é completamente desprovida de independência e imparcialidade, e é cúmplice necessária dos crimes de lesa-humanidade que estão sendo investigados pelo Tribunal Penal Internacional”.
A IDEA denunciou que há milhares de prisioneiros e desaparecidos, com um número significativo de assassinatos e torturas desde as últimas eleições presidenciais. O grupo também alega que a ditadura venezuelana busca “diluir a responsabilidade jurídica daqueles que falsificaram os resultados eleitorais” por meio da intervenção do Poder Eleitoral, do Tribunal Supremo de Justiça, das Forças Armadas e do Ministério Público.
A declaração da IDEA ressalta que, ao tolerar os planos do ditador venezuelano e seus aliados institucionais, os governos mencionados comprometem o respeito aos princípios democráticos universais, agindo assim diante de suas próprias nações.
O anunciado triunfo de Maduro pelo CNE para um terceiro mandato consecutivo foi rejeitado e classificado como fraude pela oposição majoritária e questionado por vários governos estrangeiros e grupos de observação internacional.
Assinaram a declaração os ex-presidentes da Costa Rica Óscar Arias, Carlos Alvarado, Rafael Ángel Calderón, Laura Chinchilla, José María Figueres, Miguel Ángel Rodríguez e Luis Guillermo Solís; da Espanha José María Aznar e Mariano Rajoy; do México Vicente Fox e Felipe Calderón; da Colômbia Iván Duque, Andrés Pastrana e Álvaro Uribe; e da Argentina Mauricio Macri.
Também assinaram os ex-mandatários Mario Abdo Benítez, Federico Franco e Juan Carlos Wasmosy (Paraguai); Nicolás Ardito, Mireya Moscoso e Ernesto Pérez Valladares (Panamá); Alfredo Cristiani (El Salvador); Eduardo Frei (Chile); Osvaldo Hurtado, Guillermo Lasso, Jamil Mahuad e Lenin Moreno (Equador); Hipólito Mejía (República Dominicana); Julio María Sanguinetti e Luis Alberto Lacalle (Uruguai); e Carlos Mesa e Jorge Tuto Quiroga (Bolívia).
fonte:epochtimesbrasil