Apesar dos preparativos militares, uma tentativa chinesa de invadir Taiwan pode fracassar por diversos motivos, de acordo com Lonnie Henley, ex-oficial de inteligência dos EUA e especialista no Leste Asiático. Henley, que é pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa de Política Externa, explicou em um artigo publicado pelo Instituto de Paz dos EUA em 5 de novembro que uma falha na operação poderia ameaçar a estabilidade do Partido Comunista Chinês (PCCh) e comprometer sua posição global.
Henley destacou que os militares chineses enfrentam uma série de desafios complexos em uma possível invasão anfíbia de Taiwan. “O fracasso na conquista da ilha traria ‘consequências terríveis para a posição global da China’ e ameaçaria a legitimidade do PCCh”, afirmou o especialista.
Além de afastar Taiwan de uma possível unificação com a China continental, o fracasso em uma invasão poderia levar os Estados Unidos e outros países a reconhecerem formalmente a independência da ilha.
Embora a China considere Taiwan parte de seu território, o PCCh nunca governou a ilha. Em 2027, o líder chinês Xi Jinping instruiu os militares a se prepararem para uma invasão bem-sucedida, segundo informações da CIA. Henley observou que, antes de um ataque, haveria uma forte campanha política interna para justificar a guerra, enfatizando sua inevitabilidade e os custos elevados.
Henley acredita que o fracasso em conquistar Taiwan obrigaria os líderes do PCCh a proclamarem uma “vitória estratégica” na tentativa de salvar sua posição, mas “não está claro se conseguiriam sucesso”. Ele também argumentou que o custo econômico de uma guerra prejudicaria projetos como a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), lançada para ampliar a influência geopolítica da China ao financiar infraestruturas no Sudeste Asiático, África e Europa.
Caso o regime chinês decida invadir, seria necessário transportar tropas pelo Estreito de Taiwan e manter a superioridade aérea, o que Henley acredita ser um grande desafio. Se os EUA conseguirem neutralizar as defesas aéreas chinesas ao longo da costa, a operação chinesa correria o risco de falhar.
Outro obstáculo seria a possibilidade de os aviões militares chineses não realizarem missões suficientes devido ao desgaste dos motores, especialmente sob condições de estresse. Além disso, a China enfrenta dificuldades em desembarcar tropas em número suficiente em Taiwan e manter as rotas de suprimento no Estreito, o que a exporia a ataques das forças norte-americanas e de defesa de Taiwan.
Mesmo desembarcando com sucesso, Henley explicou que as forças taiwanesas poderiam atrasar o avanço chinês ao tirar proveito do terreno urbano e montanhoso. Um ataque mal-sucedido também abriria espaço para que rivais regionais avançassem em seus próprios interesses, forçando Pequim a redirecionar seus esforços.
Independentemente do resultado militar, a China enfrenta custos econômicos e diplomáticos significativos, com sanções e interrupções comerciais, além de “hostilidade duradoura” de aliados como os EUA, Austrália e Japão. Henley argumenta que esse reconhecimento de custos deveria ser o principal fator de dissuasão para o governo chinês considerar um ataque a Taiwan.
fonte:epochtimesbrasil