Uma fábrica da Dielat, localizada em Taquara, na região metropolitana de Porto Alegre, foi alvo de uma operação nesta quarta-feira (11), após a descoberta de adulteração em produtos lácteos. Quatro pessoas foram presas preventivamente na 13ª fase da Operação Leite Condensado, conduzida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).
Fraude e Produtos Adulterados
Cerca de 110 agentes participaram da ação, que cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em residências e empresas em cinco cidades do Rio Grande do Sul e São Paulo. A investigação revelou que a fábrica usava soda cáustica e água oxigenada para reprocessar leite UHT, leite em pó e compostos lácteos vencidos ou deteriorados, mascarando as irregularidades.
Além das substâncias químicas, os agentes encontraram pelos de origem indefinida e sujeira nas embalagens dos produtos, levantando graves preocupações de saúde pública.
Envolvimento do “Mago do Leite”
Entre os presos está Sérgio Alberto Seewasd, conhecido como o “mago do leite”. O engenheiro químico, já condenado em fases anteriores da operação, foi identificado como o responsável por desenvolver fórmulas fraudulentas cada vez mais sofisticadas. Segundo o promotor Mauro Rockenbach, Seewasd aprimorou os métodos para dificultar a detecção das adulterações nos testes de fiscalização.
Além dele, foram presos Antônio Ricardo Colombo Sader, sócio-proprietário da Dielat; Tales Bardo Laurindo, diretor; e Gustavo Lauck, supervisor.
Distribuição e Licitações
A Dielat mantém uma ampla rede de distribuição no Brasil e exporta para países como a Venezuela, onde comercializa produtos sob a marca Tigo. No Brasil, os produtos adulterados, vendidos sob marcas como Megalac, Mega Milk, Tentação e Cootall, chegaram a ser fornecidos para merendas escolares em diversas cidades, por meio de licitações públicas.
O Ministério Público informou que sete municípios do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre e Gravataí, receberam produtos da Dielat entre 2019 e 2023.
Preocupações com a Saúde Pública
As substâncias identificadas nas adulterações representam sérios riscos à saúde, incluindo potenciais efeitos cancerígenos. O MPRS alertou que os métodos fraudulentos estão cada vez mais sofisticados, dificultando a detecção inicial pela fiscalização.
Os resultados de exames detalhados devem identificar os lotes contaminados e determinar a extensão do impacto da adulteração nos produtos distribuídos.
A operação ressalta a necessidade de maior rigor na fiscalização de produtos alimentícios e na punição de crimes contra a saúde pública.
fonte:epochtimesbrasil