Houve uma persistência global de subnutrição nos últimos três anos, após um aumento significativo durante a pandemia de covid-19. O documento ressalta que o mundo está distante de alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS-2) de erradicar a fome até 2030.
“Entre 713 e 757 milhões de pessoas podem ter enfrentado fome em 2023 – uma em cada 11 pessoas no mundo, e uma em cada cinco na África”. Diversos fatores contribuem para a vulnerabilidade, como conflitos, mudanças climáticas, desacelerações econômicas e recessões. No ano passado, aproximadamente 28,9% da população global (ou 2,33 bilhões de pessoas) enfrentaram insegurança alimentar moderada ou grave.
“O aumento da fome é mais significativo nos países de baixa renda, que enfrentam múltiplos desafios estruturais. Os sistemas agroalimentares nesses países não são suficientemente resilientes contra essas pressões externas”. O relatório também destaca que a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição estão em ascensão, afetando desproporcionalmente as crianças.
Outros grupos particularmente vulneráveis incluem mulheres, jovens e povos indígenas, conforme observado no documento.
OBESIDADE
A FAO considera preocupantes as crescentes taxas de obesidade entre adultos e de anemia entre mulheres de 15 a 49 anos. O relatório aponta que a prevalência de obesidade entre adultos aumentou constantemente nas últimas décadas, passando de 12,1% (591 milhões de pessoas em 2012) para 15,8% (881 milhões de pessoas em 2022). Estima-se que esse número ultrapasse 1,2 bilhão até 2030. A taxa de anemia entre mulheres de 15 a 49 anos subiu de 28,5% em 2012 para 29,9% em 2019, com projeções indicando 32,3% até 2030.
Por outro lado, o relatório identifica uma redução no número de crianças afetadas pelo crescimento retardado. Globalmente, houve uma diminuição de um terço no atraso no crescimento infantil nas últimas duas décadas, indicando uma mudança positiva significativa. A FAO avalia que essas mudanças são positivas para garantir “o direito à alimentação adequada e um padrão de vida que assegure a dignidade, saúde e bem-estar de todas as pessoas, especialmente das futuras gerações”.
REDAÇÃO QCE NEWS