Os franceses estão a manifestar alguma frustração com a recente nomeação do novo governo francês, dominado pelo centro e centro-direita, apesar de a esquerda ter ficado em primeiro lugar nas legislativas de junho e julho.
Alguns estão céticos quanto ao envolvimento do presidente Emmanuel Macron no processo e à escolha do primeiro-ministro, o antigo negociador do Brexit e antigo chefe da diplomacia francesa Michel Barnier.
Outros mostram-se mais cautelosos, afirmando que é demasiado cedo para fazer juízos de valor sobre o trabalho do novo governo.
Numa entrevista televisiva, Barnier abordou várias preocupações dos cidadãos franceses, incluindo a reforma das pensões e a fiscalidade. Sublinhou a importância da coesão e da fraternidade no seio do seu governo, comprometendo-se a fazer compromissos com o objetivo de promover o progresso do país.

“Dizem que censuramos a esquerda. Lamento muito, porque há muito tempo que penso que o sectarismo ou a intolerância são provas de fraqueza. Por isso, não vou ser o primeiro sectário”, afirmou.
“Não haverá ideologia, não haverá sectarismo, apenas medidas práticas, como todos os nossos vizinhos estão a tomar, e vamos tentar levá-las a bom porto com eles também”, acrescentou.
O novo governo, liderado por Michel Barnier, foi anunciado dois meses após as eleições em que nenhum grupo conseguiu a maioria absoluta. O programa de governo não é, obrigatoriamente, sujeito a voto na Assembleia Nacional, mas o grupo do partido La France Insoumise já apresentou uma moção de censura.
Fonte: euronews