O Conselho de Comissários da Comissão Iraquiana de Mídia e Comunicações anunciou neste sábado (19) a revogação da licença de operação da emissora de televisão MBC no Iraque. A medida foi tomada após o canal veicular uma reportagem que descreveu os líderes do grupo terrorista palestino Hamas, que foram mortos por Israel, como terroristas.
Em um comunicado divulgado pela agência de notícias oficial iraniana INA, a comissão exigiu que a autoridade responsável “cancele a licença de funcionamento” do canal. A justificativa para essa ação foi uma “violação das normas de transmissão de mídia” devido às “repetidas transgressões e ataques aos mártires da resistência contra a entidade sionista ocupante”.
A organização ressaltou que adotará “todas as medidas legais necessárias” e suspenderá as atividades da MBC no Iraque, afirmando que essa ação é um “dever” estabelecido pela legislação para regular o setor de mídia, prevenir abusos e punir violadores dos valores nacionais e da moral pública.
Essa decisão é ainda mais significativa considerando que, ao contrário de muitos países árabes e da comunidade internacional, o Iraque não reconhece Israel como um Estado.
A revogação da licença ocorreu após uma invasão pela manhã da sede da MBC, localizada no bairro de Al Jamea, em Bagdá, por um grupo de pessoas que consideraram a reportagem “ofensiva” às “figuras da resistência”, em alusão aos grupos terroristas Hamas, Hezbollah e à Resistência Islâmica do Iraque.
A reportagem, intitulada “O mundo se livrou neste milênio de inúmeras personalidades terroristas que aterrorizaram o mundo e derramaram sangue”, provocou a ira de apoiadores das organizações citadas, que são parte do informal Eixo da Resistência liderado pelo Irã. Eles se reuniram em frente à emissora antes de invadi-la, conforme mostrado em vídeos compartilhados nas redes sociais.
Esse incidente ocorreu um dia após o assassinato de Yahya Sinwar, principal líder do Hamas na Faixa de Gaza, pelos militares israelenses, adicionando mais um nome à longa lista de líderes do Hamas e do Hezbollah eliminados desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023.
fonte:epochtimesbrasil