O aborto foi o segundo tema abordado no primeiro debate presidencial desta terça-feira (10/9) entre Donald Trump e Kamala Harris, candidatos à presidência dos Estados Unidos. O debate foi transmitido pela rede ABC News, na Filadélfia, Pensilvânia.
Trump defendeu a decisão da Suprema Corte dos EUA que concedeu aos estados o poder de decidir sobre o aborto. Ele afirmou que é um direito de cada estado decidir se permitirá ou não o procedimento.
Kamala Harris, por outro lado, acusou Trump de que, se fosse eleito, assinaria uma lei que proibiria o aborto para todas as mulheres, independentemente da situação. A democrata destacou casos de mulheres estupradas e com gravidezes de risco que não podem abortar em alguns estados.
“Ouvi muitas mentiras, o que não é surpresa. Donald Trump escolheu ministros para o Supremo Tribunal com o objetivo de tomar essa decisão. A posição de Trump sobre o aborto não cobre nem mesmo as mulheres vítimas de estupro nos estados onde o aborto é proibido. Nem Trump nem ninguém deveria ditar o que uma mulher pode ou não fazer com seu corpo”, declarou Kamala.
Em resposta, Trump afirmou que a decisão foi apoiada por republicanos e democratas e que nunca assinaria uma lei para banir o aborto, classificando a acusação de Kamala como mais uma mentira.
A Suprema Corte dos EUA havia concedido, em 1973, o direito ao aborto até a 24ª semana de gravidez. No entanto, em 24 de junho de 2022, o tribunal, com maioria conservadora após as nomeações feitas por Donald Trump, revogou essa decisão, devolvendo aos estados a responsabilidade sobre o tema. Essa mudança gerou intensos debates e conflitos nos EUA, com manifestantes contra o aborto realizando campanhas para impedir o acesso a clínicas que realizam o procedimento, enquanto feministas organizam passeatas e enfrentamentos com os opositores.
O Partido Democrata defende que a decisão sobre o aborto deve ser responsabilidade de cada mulher e que o Estado federal deve garantir esse direito. Já o Partido Republicano sustenta que a decisão de 2022 deve permanecer, ou seja, que cada estado deve ter a autonomia para legislar sobre o assunto.
fonte:metrópoles