Ontem, quinta-feira (15), a líder opositora venezuelana María Corina Machado rejeitou a proposta do Brasil sobre a realização de novas eleições ou a formação de um governo de coalizão. Ela insistiu que os resultados que conferiram a vitória a Nicolás Maduro nas eleições presidenciais foram fraudulentos.
“As eleições foram realizadas e a sociedade venezuelana se manifestou em condições extremamente adversas, onde houve fraude e, mesmo assim, conseguimos vencer”, afirmou Machado durante uma coletiva virtual com veículos de comunicação da Argentina e do Chile, incluindo a Agência EFE.
Machado destacou que “a voz do povo deve ser respeitada, assim como a soberania”. Vocês aceitariam que uma nova eleição fosse convocada em seus próprios países? Se essa decisão deve ser tomada em uma mesa de negociação, por que foi tomada em primeiro lugar?”, questionou.
Ela também enfatizou que “as eleições são decididas pelos votos, não por acordos de cúpulas”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu, nesta quinta-feira, duas possíveis soluções para a crise pós-eleitoral na Venezuela: a formação de um governo de coalizão com membros do chavismo e da oposição, ou a realização de novas eleições.
A ideia de novas eleições foi rejeitada pelo governo mexicano, enquanto o presidente colombiano Gustavo Petro sugeriu a criação de uma “frente nacional” para a Venezuela, semelhante à que existiu em seu país no século XX, na qual liberais e conservadores se revezavam no poder como um passo “transitório” para uma “solução definitiva” da crise.
Machado questionou: “Se uma segunda eleição não der os resultados desejados, vocês aceitarão uma terceira, quarta ou quinta até que Maduro goste dos resultados? Aceitariam isso em seus países?”.
Ela acrescentou que “desconsiderar as eleições de 28 de junho é uma falta de respeito com os venezuelanos que se empenharam, e a soberania popular deve ser respeitada, pois as eleições já ocorreram”.
Sobre a ideia de um governo de coalizão, Machado pediu “muito cuidado” e diferenciou os exemplos de outros países onde partidos com “diferenças políticas” foram democráticos ou não se envolveram em casos criminais, o que, segundo ela, ocorre na Venezuela.
Machado também mencionou que seu grupo oferece “incentivos e proteções” aos governistas dispostos a se unir a ela para uma transição democrática, prometendo que não haverá “perseguições” nem “vinganças” após a posse de González Urrutia em 10 de janeiro.
“Estamos dispostos, mas o regime se recusou até agora” a negociar a transição, relatou.
fonte:epochtimesbrasil