Os ministros da Defesa italiano e francês participaram no segundo e último dia da conferência europeia de defesa aérea e antimíssil, na terça-feira, que teve lugar em Roma.
O debate, que se centrou na necessidade de reforçar as capacidades de defesa em todo o continente europeu contra as ameaças russas, abordou aspetos militares, industriais e políticos, na presença de cerca de 200 líderes militares e empresariais.
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia acelerou a necessidade de reforçar o sistema de defesa europeu, ao mesmo tempo que foram levantadas questões sobre a forma de apoiar a indústria europeia de armamento. Mas, de acordo com o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, trata-se de uma corrida contra o tempo.
“Não estamos preparados para os desafios de hoje, somos demasiado lentos e não estou a fazer acusações. É apenas uma observação objetiva. Ou a indústria europeia é independente, sem ter de depender de ninguém, ou não somos capazes de fornecer defesa a nível europeu”, afirmou o ministro da Defesa italiano.
Promover o diálogo e a criação de ligações entre os países europeus foi um dos principais objetivos desta conferência. “É importante que este diálogo se realize entre os Estados europeus, os sistemas de defesa europeus e a indústria europeia, e que sejam eliminadas todas as barreiras burocráticas que nos fazem perder tempo”, acrescentou Crosetto.
Sobre a cimeira de Defesa, que teve a duração de dois dias, o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, indicou que a reflexão estratégia é “benéfica” porque obriga os intervenientes a partilhar e a debater. “Além disso, ajuda a promover uma relação mais estreita entre o setor industrial e os nossos soldados”, esclareceu.
Entretanto, foi anunciada uma nova conferência europeia de defesa aérea e antimíssil para o próximo ano. Até lá, o debate vai continuar nas instituições europeias.
Ursula von der Leyen nomeia Comissário para a Defesa
A União Europeia nomeou o seu primeiro Comissário para a Defesa, o antigo primeiro-ministro da Lituânia, Andrius Kubilius. Esta é uma das funções recém-criadas, assim como a pasta para o Mediterrâneo e a pasta para a Habitação e Energia, o que revela que estes temas estão no centro da agenda da próxima Comissão Europeia.
A presidente da Comissão Europeia irá agora enviar as chamadas “cartas de missão” a cada um dos candidatos a Comissários Europeus, descrevendo a sua própria visão para o respetivo mandato. De seguida, todos os candidatos serão submetidos a um exame jurídico, a um inquérito por parte das comissões parlamentares e a um voto de confirmação antes de poderem assumir as suas novas funções.