Jens Stoltenberg, ex-secretário-geral da OTAN, passou o bastão ao ex-primeiro-ministro holandês Mark Rutte, alertando sobre o perigo da “retórica nuclear imprudente” do presidente russo Vladimir Putin. Aos 65 anos, Stoltenberg se despede após uma década no comando, destacando que as ameaças russas não devem impedir o envio de ajuda militar à Ucrânia.
Na semana anterior, Putin mencionou a possibilidade de alterar a doutrina militar russa para permitir o uso de armas nucleares contra países que apoiam nações em conflito com a Rússia. Os Estados Unidos e seus aliados têm considerado fornecer mísseis convencionais à Ucrânia, que poderiam ser usados contra alvos em território russo.
Em sua entrevista final na sede da OTAN, Stoltenberg destacou que a Rússia repetidamente tentou barrar o aumento do apoio militar à Ucrânia, mas sem sucesso. “Toda vez que aumentamos nosso apoio, seja com tanques ou caças F-16, os russos tentaram nos dissuadir. Eles falharam, e essa nova ameaça não deve impedir os aliados de continuar a apoiar a Ucrânia”, afirmou.
Mark Rutte, de 57 anos, assume a liderança da aliança em um momento crítico, com a guerra na Ucrânia em andamento e a perspectiva de eleições presidenciais nos Estados Unidos, que podem influenciar o futuro do conflito. Rutte, que defendeu veementemente o apoio à Ucrânia enquanto primeiro-ministro holandês, enfrenta o desafio de manter a unidade e a determinação da OTAN diante da crescente pressão russa.
O Kremlin, por sua vez, não espera mudanças significativas na postura da aliança sob a nova liderança, conforme afirmou o porta-voz russo Dmitry Peskov. A relação entre Rússia e OTAN permanece tensa, com poucas perspectivas de diálogo ou cooperação no horizonte.
A OTAN, criada em 1949 para conter a ameaça soviética, reviveu sua importância após a invasão russa à Ucrânia em 2022, levando à adesão da Finlândia e Suécia. A organização reafirma que não busca confronto com a Rússia, mas continuará apoiando o direito de países como a Ucrânia de escolher seus próprios arranjos de segurança.
fonte:epochtimesbrasil