Um navio das Forças de Autodefesa do Japão atravessou, pela primeira vez, o estreito de Taiwan junto a embarcações da Austrália e da Nova Zelândia, conforme informou um porta-voz da Marinha japonesa à agência de notícias EFE na quinta-feira (26), em meio ao aumento das atividades militares da China na região.
Embora o porta-voz não tenha detalhado a travessia, a imprensa local reportou que o destróier Sazanami, acompanhado por navios australianos e neozelandeses, cruzou o estreito que separa Taiwan da China continental de norte a sul na quarta-feira (25), seguindo em direção ao mar do Sul da China para participar de exercícios navais multilaterais.
Essa passagem pela hidrovia, também chamada de estreito de Formosa, pode ter como objetivo reforçar a liberdade de navegação no local, um assunto que gera tensão constante com Pequim.
Além do Sazanami, o navio HMNZS Aotearoa da Marinha Real da Nova Zelândia e o australiano HMAS Sydney também realizaram a travessia no estreito de Taiwan em 25 de setembro, às 14h locais, segundo uma declaração da ministra da Defesa da Nova Zelândia, Judith Collins.
“Essa é uma operação de rotina, alinhada ao direito internacional, incluindo o princípio da liberdade de navegação, conforme estabelecido na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar”, complementa a declaração.
Ao classificar a atividade como rotineira, a declaração ressalta que a última vez que as forças de defesa da Nova Zelândia navegaram pelo estreito de Taiwan foi em 2017, a caminho da cidade chinesa de Qingdao.
Tanto a Austrália quanto a Nova Zelândia, que observam com cautela a expansão da Marinha chinesa no Pacífico, parabenizaram Taiwan após as eleições de janeiro deste ano, vencidas por William Lai, considerado secessionista por Pequim, que vê a ilha como uma província rebelde e não descarta a possibilidade de uma invasão.
Os Estados Unidos, que fornecem armamentos a Taiwan e, em princípio, defenderiam a ilha em caso de ataque, enviam frequentemente navios de guerra para o estreito para garantir a liberdade de navegação. Grã-Bretanha e Austrália realizaram travessias semelhantes nos últimos anos.
A travessia do estreito de Taiwan pelo destróier japonês Sazanami teria ocorrido no mesmo dia em que Pequim testou um míssil balístico intercontinental (ICBM) nas águas do Pacífico.
O míssil chinês não sobrevoou o território japonês antes de cair no Pacífico, mas o porta-voz do governo do Japão, Yoshimasa Hayashi, expressou, no dia anterior, sua preocupação pelo fato de o governo japonês não ter sido avisado com antecedência sobre o lançamento.
Pequim tem intensificado sua atividade militar ao redor do Japão, com ações que incluem a incursão, em agosto, de um avião de inteligência no espaço aéreo japonês, próximo às ilhas da província de Nagasaki, no sudoeste do país, a primeira violação desse tipo por uma aeronave chinesa.
fonte:epochtimesbrasil