Pelo menos um quarto dos 22.500 feridos em conflitos na Faixa de Gaza até 23 de julho apresentam lesões que requerem serviços de reabilitação agora e ao longo dos próximos anos, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira (12) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a OMS, as lesões graves nos membros são a principal causa da necessidade de reabilitação. A estimativa é que entre 13.455 e 17.550 dos feridos apresentem esse tipo de lesão, muitas vezes acompanhada de múltiplos ferimentos.
O relatório também revelou entre 3.105 e 4.050 casos de amputações de membros entre os feridos, além de um aumento nos registros de lesões na medula espinhal, lesões cerebrais traumáticas e queimaduras severas, que contribuem para o total de lesões graves e duradouras. A OMS destaca que milhares de mulheres e crianças estão entre os casos mais graves.
“Atualmente, apenas 17 dos 36 hospitais em Gaza estão parcialmente operacionais, e os serviços de atenção primária e comunitária frequentemente são suspensos ou tornam-se inacessíveis devido à insegurança, ataques e ordens repetidas de evacuação,” enfatizou a organização.
Adicionalmente, o único centro de reconstrução e reabilitação de membros em Gaza, que contava com o apoio da OMS, foi fechado em dezembro de 2023 devido à falta de insumos e profissionais especializados, que foram forçados a deixar a região em busca de segurança. Em fevereiro de 2024, o centro foi danificado durante os conflitos.
“Infelizmente, muitas equipes de reabilitação em Gaza foram afetadas. Dados indicam que 39 fisioterapeutas foram mortos até 30 de maio. Os serviços de reabilitação e próteses hospitalares estão indisponíveis, e o número de pessoas necessitando desses tratamentos supera amplamente o que está disponível,” informou a OMS.
“Os parceiros relatam que os estoques de produtos essenciais, como cadeiras de rodas e muletas, estão esgotados, e a dificuldade em reabastecer esses suprimentos se deve ao fluxo restrito de ajuda para Gaza,” concluiu a OMS.
Fonte:agenciabrasil