A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agendou para o dia 29 de setembro um ato em Belo Horizonte (MG) em defesa do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido foi protocolado no Senado Federal no último dia 9.
O objetivo do evento é intensificar a pressão sobre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que ele avance com o pedido de destituição de Moraes de seu cargo na Suprema Corte. O ato é considerado uma estratégia para constranger Pacheco em seu próprio reduto eleitoral, visto que Minas Gerais é o estado que o elegeu.
O pedido de impeachment foi formalizado por parlamentares opositores, mas enfrenta dificuldades para progredir. Apesar de a oposição reconhecer que não possui votos suficientes para assegurar o sucesso do processo, a pressão sobre Pacheco é uma tática para mostrar ação junto a seus eleitores e manter o tema ativo no debate político. A organização do ato conta com a liderança do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que é conhecido por sua influência na base bolsonarista.
Nikolas tem se destacado nas mobilizações em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, sendo um dos oradores na manifestação de 7 de setembro, realizada na Avenida Paulista, em São Paulo.
Dificuldades para Avançar com o Impeachment
Apesar das manifestações e da crescente pressão, Rodrigo Pacheco reiterou que não tem intenção de abrir o processo de impeachment contra Moraes. Ele afirma que qualquer decisão será tomada após uma análise técnica da Advocacia do Senado, assegurando que as deliberações da Casa serão “fundamentadas”, distantes das demandas imediatas dos opositores.
A dificuldade para a oposição é evidente: para que o impeachment de Moraes avance, seriam necessários 54 votos dos 81 senadores, um número que está distante da projeção atual. De acordo com uma ala do PL, aproximadamente 32 senadores estariam a favor do impeachment, baseado no número de votos contrários à indicação de Flávio Dino ao STF, quando 31 senadores votaram contra.
Embora o impeachment pareça improvável no cenário atual, a oposição vê o ato como uma oportunidade de manter sua base mobilizada e demonstrar força política. Desde o governo de Jair Bolsonaro, o Senado nunca prosseguiu com pedidos de impeachment contra ministros do STF, e, no caso de Moraes, o próprio ex-presidente já havia feito uma solicitação, que foi negada por Pacheco por falta de “justa causa”.
fonte:metrópoles