O regime chinês revisou sua Lei de Educação para a Defesa Nacional, que entrará em vigor em 21 de setembro, com o objetivo de reforçar o recrutamento militar. As alterações permitem que as Forças Armadas do Partido Comunista Chinês (PCCh), conhecidas como Exército de Libertação Popular (ELP), se estabeleçam em universidades, faculdades e escolas secundárias em toda a China para implementar um programa nacional de educação e treinamento militar. Esse programa foi aprovado pelo Conselho de Estado do PCCh e pela Comissão Militar Central do Partido.
O objetivo principal da revisão é “fortalecer a determinação dos alunos, melhorar a disciplina organizacional e aprimorar o nível de treinamento militar”. A nova legislação exige que todas as instituições e entidades da sociedade realizem treinamentos de defesa nacional.
Uma adição importante à lei revisada estipula que a “educação para a defesa nacional” nas escolas deve ser integrada à “promoção do serviço militar”, visando aumentar a “consciência sobre o serviço militar” dos estudantes.
O Congresso Nacional do Povo do PCCh aprovou as emendas à Lei de Educação para a Defesa Nacional em 13 de setembro, substituindo a versão original de 2001.
Nos últimos anos, a mídia estatal chinesa tem promovido a importância da “consciência de defesa nacional”, citando o líder do PCCh, Xi Jinping, que mencionou uma “situação internacional grave e complexa”. As autoridades do PCCh têm repetidamente enfatizado a necessidade de “preparação para tempos de paz” e “preparação para desafios”.
As tensões no Estreito de Taiwan aumentaram após repetidas incursões do ELP no espaço aéreo e nas águas territoriais de Taiwan, além de ameaças de invasão à ilha autônoma. As relações entre Pequim e Washington também se deterioraram devido a questões como comércio, tecnologia, direitos humanos, apoio de Pequim à guerra da Rússia na Ucrânia, e apoio dos EUA à soberania de Taiwan, entre outros assuntos.
Preparação para Conflito
O major-general aposentado Yu Tsung-chi, conselheiro da Associação Republicana Formosa em Taiwan, acredita que a alteração na lei reflete a preparação ativa de Xi para um potencial conflito. “O PCCh está buscando mobilizar rapidamente toda a nação, especialmente os jovens estudantes, para que possam defender a segurança interna e proteger infraestruturas importantes em caso de guerra”, afirmou ao Epoch Times.
Atualmente, o ELP depende principalmente de recrutamento e a maioria de suas tropas são soldados profissionais. Yu observou que, apesar da rápida modernização tecnológica militar do PCCh, o regime carece de pessoal qualificado para operar equipamentos sofisticados.
“Xi parece estar mobilizando deliberadamente estudantes de várias universidades e fornecendo treinamento militar antecipado para que, ao se formarem, possam assumir posições militares”, disse Yu. Ele acrescentou que os graduados universitários serão uma “principal fonte de pessoal qualificado” crucial para a próxima etapa de modernização da defesa nacional.
Além disso, Yu indicou que aumentar o recrutamento pode ajudar a aliviar o problema do desemprego jovem em meio à economia estagnada da China. A lei revisada também sublinha que a educação para a defesa nacional deve ser guiada pela ideologia do PCCh, centrada nos “valores centrais do socialismo”, e visa “aumentar a consciência de defesa nacional de todos os cidadãos”.
O objetivo do PCCh é doutrinar os jovens chineses por meio do treinamento militar e da propaganda, para que apoiem o Partido e se preparem para a guerra. Essa educação não se limita a universitários, mas também se estende a alunos do ensino médio e crianças. Cai Zhigang, ex-instrutor do ELP, afirmou que o treinamento militar é essencialmente sobre ensinar as crianças a serem obedientes.
“Na China continental, o treinamento militar nas escolas inclui exercícios físicos, além de lições ideológicas e políticas para doutrinar os alunos a amarem o país e o PCCh. Eles são instruídos a sacrificar-se pelo Partido, o que é semelhante ao treinamento de soldados profissionais”, explicou Cai.
Cai observou que, durante seu tempo no ELP, a educação ideológica e política era uma parte significativa do treinamento das tropas. “A maior parte da educação política enfatizava que o exército pertencia ao PCCh, e não ao país. Como resultado, os soldados do ELP acabavam se tornando guardas do Partido, mais uma ferramenta de repressão contra o povo chinês do que um verdadeiro exército”, concluiu.
fonte:epochtimesbrasil