Apesar das imagens impactantes, o verdadeiro motivo de preocupação para Luis Arce parece ser o conflito interno dentro de seu partido, o MAS, com seu antigo aliado Evo Morales. Ambos disputam a indicação para as eleições presidenciais de 2025.
No entanto, uma decisão do Tribunal Constitucional Plurinacional de dezembro de 2023 proibiu que uma pessoa exerça mais de dois mandatos presidenciais na Bolívia, o que impede Morales de se candidatar novamente.
Arce e Morales foram aliados próximos no passado, com Arce servindo como ministro da economia durante os governos de Morales entre 2006 e 2019. Após a renúncia de Morales em 2019, Arce recebeu seu apoio e foi eleito presidente em 2020.
No entanto, a relação entre os dois se deteriorou no ano seguinte, com Arce acusando a facção “evista” do MAS de boicotar seu governo na Assembleia Legislativa.
Em entrevista à BBC News Brasil em La Paz, Luis Arce alegou, sem apresentar evidências, que a tentativa de golpe em junho foi motivada por “interesses estrangeiros” nos recursos naturais da Bolívia.
“Sempre por trás de todos os golpes de Estado que nosso país viveu tem havido interesses em controlar e dominar nossos recursos naturais”, afirmou Arce.
Arce
O presidente também criticou Morales, acusando-o de querer voltar à presidência “de uma forma ou de outra”, caracterizando essa persistência com “teimosia” que tem dividido a esquerda boliviana.
fonte:bbc.com