A decisão foi tomada após a divulgação de uma carta por ambos, na qual reconhecem González como o presidente eleito e fazem um apelo para que as forças armadas “se unam ao povo e às suas famílias”.
Saab alegou que as declarações de González e Machado levantam suspeitas de diversos crimes, incluindo “usurpação de funções”, “disseminação de informações falsas para gerar medo” e “conspiração”.
Na carta, emitida algumas horas antes, os opositores afirmam que a eleição de 28 de julho foi vencida de maneira incontestável, chamando-a de “avalanche eleitoral” e solicitando que a vontade popular seja respeitada.
“Nós vencemos esta eleição sem qualquer dúvida. Foi uma avalanche eleitoral”, disseram. “Agora, é nossa responsabilidade respeitar a voz do povo.” González e Machado também fizeram um apelo aos membros das forças de segurança para reconsiderarem sua lealdade a Maduro.
No sábado (3), Maduro anunciou que seu governo havia detido cerca de 2.000 opositores e prometeu, durante um comício em Caracas, prender mais pessoas e enviá-las para prisões de segurança máxima.
A organização de direitos humanos Provea divulgou nesta segunda-feira (5) um relatório que analisa o ambiente pós-eleitoral na Venezuela.
O documento conclui que a resposta do regime venezuelano ao descontentamento popular tem sido marcada pelo “uso desproporcional da força”.
De acordo com o relatório, essa abordagem resultou na morte de manifestantes, com 11 óbitos confirmados pelo Foro Penal, uma instituição que defende presos políticos na Venezuela, e na “ação coordenada entre forças de segurança e grupos de civis armados favoráveis a Nicolás Maduro para reprimir os protestos”.
Além disso, houve um aumento nas prisões arbitrárias. A organização também informou que o número de prisões de opositores reais ou percebidos pelo regime é equivalente a cerca de 42% “do total de prisões arbitrárias registradas pela Provea entre abril e agosto de 2017, o ciclo de protestos mais significativo no país desde 1989”.
fonte:epochtimesbrasil