O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou na última segunda-feira (5) que o comércio entre Brasil e China deverá atingir um novo recorde em 2024. Alckmin destacou que, nos primeiros sete meses deste ano, o comércio bilateral cresceu 7,4% em relação ao mesmo período de 2023.
Em 2023, o volume de comércio entre os dois países ultrapassou US$ 157 bilhões, com um superávit de US$ 51,1 bilhões a favor do Brasil. O vice-presidente ressaltou a importância dessa parceria estratégica para o desenvolvimento econômico do país.
Alckmin enfatizou a relevância da neoindustrialização e do fortalecimento das cadeias produtivas, afirmando: “Nós queremos neoindustrializar o Brasil. Não há desenvolvimento econômico sem indústria, e não há desenvolvimento social sem indústria. Portanto, nosso objetivo é a neoindustrialização.”
Este ano marca o 50º aniversário das relações bilaterais entre Brasil e China, e acordos comerciais têm sido assinados em setores estratégicos como agronegócio, energia e tecnologia. Em junho de 2024, um acordo que pode aumentar as exportações de café brasileiro para a China foi firmado.
Perspectivas Futuras
Alckmin expressou otimismo quanto ao futuro da parceria entre Brasil e China, acreditando que a relação continuará a crescer e a trazer benefícios econômicos e sociais para ambos os países.
Embora essa parceria ofereça vantagens econômicas, como o aumento das exportações e investimentos em infraestrutura, também pode acarretar riscos, incluindo uma possível dependência econômica crescente do Brasil.
A possível adesão do Brasil ao projeto de infraestrutura do Cinturão e Rota tem sido um ponto de foco nas relações entre os dois países. No mês passado, Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, declarou que a China espera que o Brasil se una à Iniciativa Cinturão e Rota “o mais rapidamente possível.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem enfatizado seu desejo de que o Brasil participe do projeto, afirmando recentemente: “Eu quero saber onde é que a gente entra, qual será nossa posição, porque não queremos ser reservas, queremos ser titulares.”
O Cinturão e Rota é um ambicioso projeto de investimento da China que tem gerado preocupações. Estudos do laboratório de pesquisa AidData, da Universidade William & Mary dos EUA, indicam que mais de um em cada três projetos do Cinturão e Rota enfrentou “grandes problemas de implementação”, incluindo escândalos de corrupção e violações trabalhistas.
Outro estudo do AidData destaca que os contratos chineses frequentemente incluem cláusulas de confidencialidade e sigilo, incomuns em contratos com outros países. Essas cláusulas impedem que o devedor revele não apenas as condições do contrato, mas até mesmo a existência da dívida.
Um exemplo frequentemente citado é o do porto de Hambantota, no Sri Lanka. Após um empréstimo bilionário da China para a construção do porto, o governo local não conseguiu pagar a dívida, e o porto, junto com 15 mil acres de terra, foi cedido à China por 99 anos. A localização estratégica do porto, próxima à Índia, rival da China, é tanto comercial quanto militar.
Fonte:epochtimesbrasil