A ex-assistente de palco de Xuxa, Andrea Sorvetão, manifestou sua desaprovação em relação ao documentário “Pra Sempre Paquitas”. Apesar de ter feito parte da produção, de revelar os bastidores do programa da apresentadora e de alegações de abusos cometidos por Marlene Mattos, Sorvetão defendeu a produtora, afirmando que a série “destruiu o sonho de muitos fãs”.
“Assisti ao documentário e preciso de um tempo para processar. Fiquei indignada”, declarou Sorvetão em um post no Instagram.
Ela também criticou o documentário por não ter incluído um trecho em que elogia a ex-empresária de Xuxa. “O nome mais indicado em mais de cinco horas de gravação é o de Marlene Mattos. Eu dei um longo depoimento para o documentário, mas apenas alguns minutos foram apresentados. Infelizmente, só mostrei a parte em que falei, com sinceridade e emoção, sobre minha saída do grupo”, afirmou. “Depois da minha saída, já mais madura, eu e Marlene nos entendemos e continuamos trabalhando juntas com muito sucesso, sem ressentimentos. O trecho em que reconheci a importância de Marlene na minha vida, tanto pessoal quanto profissional, não foi considerado relevante pelos diretores — talvez porque já tenha sido orientado a uma visão sensacionalista e vingativa, com a intenção de denegrir uma profissional dedicada e competente, que é uma referência para muitas mulheres brasileiras”, escreveu.
Defendendo Marlene, Sorvetão destacou que os méritos da produtora não são reconhecidos. “A Marlene, que está sempre presente, é uma pessoa de carne e osso. Tem defeitos e qualidades, erros e acertos. Não é justo que, como o documentário fez, ela seja julgada com base em comportamentos descontextualizados de seu momento histórico e das situações da época”, continuou.
“Como ignorar que Marlene cuidou de crianças e adolescentes que foram confiados a ela por seus pais, como se fossem suas filhas? Como não compreender que a Rede Globo naquela época reflete um ‘pulso firme’ de Marlene? Como esquecer que os padrões estéticos e de comportamento eram diferentes naquela época? É tudo muito errado, injusto, covarde e cruel essa tentativa de linchamento público de um profissional que fez o seu melhor”, acrescentou.
Em seus questionamentos, Sorvetão disse se Xuxa e as outras paquitas deveriam “lugar de fala” para criticar a ex-empresária. “Fica a dúvida: Marlene é preta, nordestina, mulher e homossexual. As pessoas que agora julgam suas ações de trinta anos atrás são consideradas privilegiadas pelos padrões morais de hoje. Elas realmente deveriam ‘lugar de fala’ para fazer o que estão fazendo?”, questionou. “E se o documentário está em 1º lugar no streaming, não é por causa da nossa linda história, que deveria ter sido contada, mas sim pela polêmica em cima da Marlene. Ela merece respeito”, concluiu.
fonte:metrópoles