Tatá Werneck trocou o riso pelo choro ao relembrar que sofreu abuso quando era mais nova. A apresentadora relatou que foi descredibilizada como vítima ao ser questionada de diversas maneiras.
A situação aconteceu durante o Lady Night transmitido na última segunda-feira (4/11). A convidada da vez foi Débora Falabella, que contava sobre a peça Prima Facie, realizada em São Paulo, e conta a história de uma personagem que é vítima de violência sexual, mas que tenta provar o abuso na Justiça.
“Eu fui assistir à sua peça e fiquei muito impressionada. Estava todo mundo emocionado, porque é uma peça que fala sobre um tema muito sério. É um assunto que não existe uma mulher que ou tenha passado por isso ou tenha uma amiga que tenha passado”, declarou Tatá.
Na sequência, Débora explicou que a peça fala sobre uma advogada que atuava em casos de agressores sexuais, mas é violentada sexualmente e se vê do lado da vítima. “Você acompanha a vida daquela personagem passando por tudo aquilo e entende como esse sistema jurídico é comandado por homens. Por isso que as mulheres se ferram tanto, né?”, disse.
A atriz ainda explicou que a situação que a peça traz mostra como é cruel a forma como a mulher sexualmente é tratada. “A mulher é uma vítima, só que ela é julgada como se ela fosse culpada. As pessoas ficam o tempo inteiro descredibilizando ela, ficam fazendo ela reviver tudo que ela viveu, chamam de revitimização. Ela tem que falar, contar sobre a violência que ela viveu o tempo inteiro”, detalhou.
Tatá Werneck, então, revelou que foi abusada quando era mais nova. “Fui assistir a essa peça com meus pais. Eles lembraram do momento, porque eu nunca falei disso porque tenho medo de falar disso. Eles lembraram quando eu sofri uma coisa séria, e as perguntas que eram feitas sempre diminuindo ou descredibilizando… Desculpa, gente, perdi o controle aqui”, declarou.
A apresentadora relembrou que foi descredibilizada como se não estivesse falando a verdade. “[Perguntavam:] ‘Como ele era? Ele estava vestindo o quê? Mas você estava assim? Por que você não gritou? Por que não chamou a polícia?’ Porque eu estava com medo. Eu estava desesperada”, completou.
Por fim, ela contou que, mesmo tendo passado alguns anos, ainda não se sente à vonta de falar. “Eu lembro que eu pensava assim: ‘Eu preciso sobreviver’. Se tivesse que fazer qualquer coisa para sobreviver, eu faria”, encerrou.
Fonte: metropoles