O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia emitiu uma declaração lamentando o Memorando de Budapeste de 1994, por meio do qual o país abriu mão de seu arsenal nuclear após o colapso da União Soviética. Em 3 de dezembro, Kiev criticou o acordo, alegando que as promessas de segurança feitas em troca da renúncia às armas nucleares nunca se concretizaram.
A Ucrânia agora busca um convite dos membros da OTAN para aderir à aliança, em uma reunião de ministros das Relações Exteriores da organização, enquanto a guerra com a Rússia se aproxima de três anos. Kiev destacou a crescente ameaça russa e a necessidade de garantias de segurança sólidas.
O Memorando de Budapeste e Suas Consequências
O Memorando de Budapeste de 1994 garantiu proteção à Ucrânia em troca do desarmamento nuclear, com promessas feitas por potências como os Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França e China. Contudo, o Ministério ucraniano classificou o acordo como um exemplo de decisões estratégicas mal planejadas em questões de segurança, especialmente diante das violações cometidas por Moscou, como a anexação da Crimeia em 2014.
“Este memorando é um lembrete de que construir uma arquitetura de segurança europeia sem considerar os interesses da Ucrânia leva inevitavelmente ao fracasso”, afirmou o comunicado, que também reforçou a necessidade de apoio internacional mais robusto para proteger o país.
Rejeição a Acordos Temporários
Desde o início da invasão russa em 2022, a Ucrânia tem resistido a qualquer proposta de negociações que possam resultar em um cessar-fogo temporário, como os acordos de Minsk. O presidente Volodymyr Zelensky deixou claro que a Ucrânia não aceitará um terceiro acordo que repita os erros do passado.
“Chega de Memorando de Budapeste. Chega de Acordos de Minsk. Não podemos cair na mesma armadilha novamente”, afirmou Zelensky, enfatizando a necessidade de garantias de segurança reais e da adesão à OTAN.
Apoio Internacional
O Ministério das Relações Exteriores apelou aos signatários do memorando — especialmente Washington e Londres — para que ofereçam apoio concreto à Ucrânia. “Estamos convencidos de que a única garantia verdadeira de segurança é a adesão plena à OTAN”, destacou a declaração.
Enquanto isso, o presidente russo Vladimir Putin continua considerando a perspectiva de a Ucrânia entrar na OTAN como uma ameaça à segurança da Rússia, classificando a expansão da aliança como provocativa.
Posição dos Estados Unidos
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, descartou a possibilidade de devolver armas nucleares à Ucrânia, ressaltando que os esforços dos Estados Unidos estão voltados para o fornecimento de capacidades convencionais para que Kiev possa enfrentar a agressão russa.
“A devolução de armas nucleares à Ucrânia não está sendo considerada. O foco é fortalecer sua defesa com capacidades convencionais”, disse Sullivan à imprensa em 1º de dezembro.
A Ucrânia permanece firme em sua busca por apoio internacional, reforçando a importância de um posicionamento claro da OTAN e de seus aliados em relação à segurança e à integridade territorial do país.
fonte:epochtimesbrasil