A Comissão Europeia anunciou na quarta-feira (2) uma proposta para adiar por um ano a entrada em vigor da lei que proíbe a importação de produtos provenientes de áreas desmatadas. Prevista inicialmente para o final de 2024, a legislação enfrenta forte pressão de países exportadores, especialmente do Brasil, que é um dos maiores fornecedores mundiais de carne bovina, soja e café.
Esses produtos representam uma parte significativa das exportações brasileiras para a União Europeia. Os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, já haviam alertado, em carta à liderança da UE, sobre os impactos negativos da legislação nas exportações do país, o que gerou forte reação no setor do agronegócio.
Adiamento Ainda Depende de Aprovação
Para que o adiamento seja efetivo, ainda será necessária a aprovação do Parlamento Europeu e dos Estados-membros. Uma vez implementada, a nova lei exigirá que empresas europeias comprovem que os produtos importados não vieram de áreas desmatadas, sob pena de multas. O agronegócio brasileiro, por meio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), criticou a medida, argumentando que ela não leva em conta o Código Florestal brasileiro, que já prevê normas rigorosas de preservação.
Resistência Internacional
A lei também encontra oposição em outros países, como a Malásia, que considera a medida protecionista, e entre setores da indústria que alertam para possíveis interrupções nas cadeias de suprimentos e aumento de preços na Europa. Cerca de 20 dos 27 países da UE solicitaram à Comissão Europeia que reconsiderasse a legislação, alegando que ela poderia prejudicar seus próprios agricultores.
A organização ambiental WWF, no entanto, defende a lei como essencial para combater a degradação ambiental global, destacando que a UE é o segundo maior contribuinte para o desmatamento mundial por meio de suas importações.
fonte:epochtimesbrasil