Ursula von der Leyen foi reeleita para um segundo mandato de cinco anos à frente da Comissão Europeia, com a ex-ministra da defesa alemã, de 65 anos, comprometendo-se a fortalecer a prosperidade europeia, manter o curso na ação climática e solicitar maior investimento militar, enquanto alerta que a liberdade da Europa está ameaçada pela primeira vez em décadas.
Von der Leyen assegurou sua reeleição em uma votação realizada em 18 de julho no Parlamento Europeu, com 401 membros votando a favor, 284 contra e 22 abstendo-se ou votando nulo.
Em seu discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, um dia antes da votação, von der Leyen apresentou um programa que incluía um foco na prosperidade econômica e na competitividade, impulsionando o crescimento econômico através da redução da burocracia, da ampliação do mercado único da UE e do apoio às pequenas e médias empresas.
“Elas são o coração de nossa economia”, afirmou, referindo-se às pequenas e médias empresas. “Portanto, vamos eliminar o excesso de regulamentação e fornecer a elas mais confiança e melhores incentivos.”
Von der Leyen também reafirmou seu compromisso com o Acordo Verde Europeu e seus objetivos de transformar a economia da UE conforme sua agenda climática. Como parte dessa promessa, ela incluiu no seu documento de políticas uma meta de redução de emissões de 90% até 2040 na legislação da UE, além de prometer lançar um novo Pacto Industrial Limpo nos primeiros 100 dias de mandato, aumentando e priorizando o investimento em infraestrutura e tecnologias de energia não fósseis.
A segurança foi outro ponto central de seu discurso, com von der Leyen prometendo continuar apoiando a Ucrânia em seu conflito com a Rússia “pelo tempo que for necessário”, ao mesmo tempo em que defendeu investimentos em recursos de defesa avançados e a criação de uma união de defesa europeia.
“Precisamos investir mais. Precisamos investir juntos. E precisamos desenvolver projetos europeus comuns”, declarou. “Por exemplo, um sistema abrangente de defesa aérea – um Escudo Aéreo Europeu – não apenas para proteger nosso espaço aéreo, mas como um forte símbolo de unidade europeia em questões de defesa.”
No documento de políticas, von der Leyen também destacou iniciativas de segurança cibernética, espacial e de defesa química, biológica e nuclear, preparando a UE contra novas ameaças.
“Pela primeira vez em décadas, nossa liberdade está em risco. É nossa responsabilidade fazer o que for necessário para proteger nossos cidadãos europeus”, afirmou, comprometendo-se ainda a fortalecer a cooperação UE-NATO para abordar todas as ameaças, incluindo “novos perigos” como guerra cibernética, híbrida ou espacial.
O Kremlin reagiu às propostas de von der Leyen para uma união de defesa, alertando que isso sinaliza uma militarização da UE e pode aumentar as tensões com a Rússia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou que as propostas de von der Leyen conferem uma “coloração militar” à UE e refletem a orientação dos Estados europeus em direção à militarização, escalada de tensões e dependência de métodos confrontacionais em sua política externa.
Além de fortalecer a capacidade da Europa de dissuadir e defender-se contra ameaças militares, von der Leyen também prometeu combater redes criminosas organizadas que operam na UE. Em seu discurso, ela se comprometeu a dobrar o número de funcionários da Europol, a agência de aplicação da lei da UE, e a reforçar seu mandato.
Ela também defendeu medidas de segurança mais rigorosas nas fronteiras, com o compromisso de triplicar o número de guardas de fronteira e costeiros europeus para 30.000, visando tornar as fronteiras da Europa mais seguras.
Após a votação que confirmou seu segundo mandato à frente da UE, von der Leyen proporá sua equipe de comissários nas próximas semanas, os quais passarão por audiências com legisladores antes da votação final sobre a composição completa da Comissão Europeia no final do ano.
fonte:epochtimes