Rubens Sabino, o Neguinho, relembrou o sucesso de Cidade de Deus e contou como foi parar nas ruas
O sucesso costuma ser passageiro para muitos que tentam a vida artística. Os 15 minutos de fama devem ser aproveitados ao máximo, mesmo assim, muitos tomam decisões equivocadas que os levam para o fundo do poço. Isso aconteceu com um ator que marcou como um personagem de um filme, muito reprisado na TV Globo e que fez sucesso estrondoso.
Estamos falando da obra-prima do cinema nacional, ‘Cidade de Deus’, de 2002, um dos filmes mais importantes e enaltecidos do cinema brasileiro de todos os tempos. Com direção de Fernando Meirelles, a película foi indicada a 4 Oscars. Dentre um enredo envolvente, personagens se destacaram com frases marcantes, por exemplo: “Meu nome agora é Zé Pequeno, porra!”.
O ator concedeu uma entrevista ao jornal Extra e desabafou sobre sua situação: “Eu virei um morador de rua famoso, mas não rico, enquanto “Cidade de Deus” arrecadou milhões — sublinha Rubens, emendando: — Na época, ganhei um cachê de R$ 5 mil. Com a nota do contador, passou pra R$ 4,5 mil.
TEVE INFÂNCIA DIFÍCIL
Ao falar sobre sua infância, que fugiu de casa aos 8 anos onde morava com a mãe e as três irmãs mais velhas:
“Minha mãe, dona Zilma, era uma baita guerreira. Meu pai era alcoólatra, igual a mim. Quando ele sumia, ela vinha com a gente até a feira da Lapa e esperava o movimento acabar para pegar pelanca de frango”, disse Rubens Sabino da Silva.
JÁ ROUBOU
Em junho de 2003, meses após o lançamento do filme, o ator roubou a bolsa de uma mulher dentro de um ônibus na Avenida Niemeyer, Zona Sul do Rio. No episódio, justificou o delito dizendo que estava sem comer há muito tempo:
“Cometi um crime e me arrependo muito. Eu era muito moleque, fiz essa idiotice. Quando o camarada tem a ficha limpa, pode fazer concurso público. Eu não posso mais”, disse o ator.
USO DE DROGAS
O ator já foi encontrado na cracolândia de São Paulo e falou sobre sua vida:
“Já usei drogas pelo Brasil inteiro, como qualquer morador de rua, mas consegui superar. Hoje, eu sou isso aqui, cigarro e cerveja”.
O ator então fala como vive sua vida hoje: “Eu ando por várias cidades do Rio, São Paulo, Minas, Sul do país. Vou pedindo esmola e que me paguem passagens. Às vezes, vou para lugares distantes, achando que ninguém vai me reconhecer. Eu não tenho casa, minha morada é o mundo. Ainda quero conhecer o Nordeste”.
Fonte: Metropoles / otvfoco / Extra