O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (07) durante a Cúpula da Comunidade Política Europeia em Budapeste, que qualquer concessão à Rússia seria “inaceitável” e “suicida” para a Europa. Suas declarações acontecem no mesmo período em que o presidente russo, Vladimir Putin, elogia Donald Trump e apela para que a Ucrânia se tornasse um país “neutro”.
Zelensky destacou que, após a vitória de Trump nas eleições dos Estados Unidos, surgiram discussões sobre ceder à Rússia, mas reiterou que isso não seria uma opção viável. “Fala-se muito sobre a necessidade de ceder a Putin, recuar ou fazer algumas concessões. Isso é inaceitável para a Ucrânia e suicida para toda a Europa”, disse o presidente ucraniano.
Zelensky também criticou a proposta de um cessar-fogo imediato sem garantias de segurança claras. “Discutir sobre cessar-fogo é perigoso quando não há garantias reais de segurança para a Ucrânia”, afirmou, acrescentando que isso abriria caminho para a continuidade da ocupação russa e a destruição da soberania ucraniana.
O presidente ucraniano se referiu a propostas de cessar-fogo feitas por alguns líderes, incluindo os do Brasil e da China, além da própria Rússia. Ele alertou que a falta de clareza sobre o que aconteceria após o cessar-fogo representaria uma ameaça, chamando a proposta de “um modelo perfeito para a Rússia”.
Na cúpula, Zelensky reafirmou o apoio internacional à Ucrânia, mencionando que mais de 140 países reconhecem a integridade territorial ucraniana e se opõem à agressão russa.
Por outro lado, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, organizador do evento, voltou a defender um cessar-fogo imediato e criticou a continuação do apoio militar ocidental à Ucrânia. Orbán, que é aliado de Trump e tem boas relações com Putin, afirmou que se Trump tivesse vencido as eleições de 2020, a guerra na Ucrânia não teria acontecido.
Zelensky também fez referência à presença de soldados norte-coreanos na Ucrânia, destacando que eles sofreram as primeiras baixas em combate após confrontos com as forças ucranianas.
Enquanto isso, Putin, em um discurso em Sochi, voltou a pedir a neutralidade da Ucrânia, argumentando que o país deveria ser uma fronteira entre a Rússia e o Ocidente. Ele criticou a OTAN e afirmou que, sem a neutralidade Ucrânia, a Ucrânia seria usada como uma ferramenta contra os interesses russos.
fonte:epochtimesbrasil